ATA DA SEPTUAGÉSIMA OITAVA SESSÃO ORDINÁRIA DA
TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA QUARTA LEGISLATURA, EM
17-9-2007.
Aos dezessete dias do mês de setembro do ano de dois
mil e sete, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a
Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas, foi realizada a chamada,
respondida pelos Vereadores Adeli Sell, Carlos Comassetto, Carlos Todeschini,
Claudio Sebenelo, Dr. Raul, Guilherme Barbosa, João Antonio Dib, José Ismael
Heinen, Luiz Braz, Margarete Moraes, Maristela Meneghetti, Neuza Canabarro e
Professor Garcia. Constatada a existência de quórum, a Senhora Presidenta
declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram os
Vereadores Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino
Vendruscolo, Clênia Maranhão, Dr. Goulart, Elias Vidal, Elói Guimarães, Ervino
Besson, Haroldo de Souza, João Carlos Nedel, Marcelo Danéris, Márcio Bins Ely,
Maria Luiza, Mario Fraga, Maristela Maffei, Nereu D'Avila, Newton Braga Rosa, Nilo
Santos, Sebastião Melo, Sofia Cavedon e Valdir Caetano. À MESA, foram
encaminhados: pela Mesa Diretora, o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 004/07
(Processo nº 6972/07); pelo Vereador Carlos Todeschini, os Pedidos de
Informação nos 151 e 152/07 (Processos nos 7081 e
7083/07, respectivamente); pelo Vereador Márcio Bins Ely, o Pedido de
Providência nº 3972/07; pela Vereadora Maria Luiza, os Pedidos de Providência nos
3926 a 3971/07; pelo Vereador Mario Fraga, os Projetos de Lei do Legislativo nos
181 e 200/07 (Processos nos 6173 e 5703/07, respectivamente).
Também, foi apregoado o Oficio nº 995/07 (Processo nº 7126/07), do Senhor
Prefeito Municipal de Porto Alegre, informando sua ausência do Município das
dezessete horas e dez minutos do dia quatorze às quatorze horas e trinta
minutos do dia dezenove de setembro do corrente, para participar do ciclo de
encontros “Prosa Política”, organizado pela Oficina Municipal – Escola de Cidadania
e Gestão Local, no Município de Pinheiros – SP –; e de audiência com o Senhor
Gilberto Kassab, Prefeito Municipal de São Paulo – SP. Do EXPEDIENTE, constaram
os Ofícios nos 2343, 3188, 4720 e 6159/07, do Fundo Nacional de
Saúde do Ministério da Saúde. A seguir, a Senhora Presidenta concedeu a
palavra, em TRIBUNA POPULAR, ao Senhor Darwin Ribas, da Associação de Técnicos
Científicos Aposentados do Município de Porto Alegre – ASTA –, que discorreu
sobre a Lei nº 6.819/91, que trata da assistência à saúde dos servidores
municipais e seus familiares, relatando as tratativas ocorridas entre
representantes do funcionalismo e o Governo Municipal para implementar essas
medidas e propugnando pela intermediação deste Legislativo nesse processo. Em
continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os Vereadores Márcio Bins
Ely, José Ismael Heinen, João Carlos Nedel, Adeli Sell, Dr. Goulart, Dr. Raul,
Luiz Braz e Professor Garcia manifestaram-se acerca do assunto tratado durante
a Tribuna Popular. Às quatorze horas e trinta e seis minutos, os trabalhos
foram regimentalmente suspensos, sendo retomados às quatorze horas e trinta e
oito minutos, constatada a existência de quórum. Em GRANDE EXPEDIENTE, o
Vereador Ervino Besson rechaçou a invasão, por integrantes do Movimento dos
Trabalhadores Rurais Sem Terra, da Fazenda Coqueiros, em Coqueiros do Sul – RS.
Também, mostrou-se contrário à construção de grandes supermercados nas Zonas
Sul e Norte de Porto Alegre, ressaltando os prejuízos sociais que poderão ser
causados por esses empreendimentos, em especial pelas dificuldades financeiras
a que serão submetidos os pequenos comerciantes dessas regiões. O Vereador
Carlos Todeschini contestou o desempenho do Governo Municipal na área
financeira, afirmando que recursos da União que deveriam ser destinados à saúde
pública e ao saneamento básico não foram utilizados porque a Prefeitura não apresentou
projetos em tempo hábil. Ainda, protestou contra o uso de uniformes do Departamento
Municipal de Água e Esgotos em ação policial, alegando que os funcionários
dessa autarquia têm sido ameaçados em conseqüência dessa operação. Em
COMUNICAÇÕES, o Vereador Professor Garcia criticou a Senhora Mariza Abreu,
Secretária Estadual da Educação, pela possibilidade de não-prorrogação do Concurso
Público nº 001/2005, que selecionou professores para a rede pública de ensino
do Rio Grande do Sul. Sobre o tema, indagou acerca das propostas do Governo
Estadual sobre formação continuada dos professores e mencionou o Requerimento
nº 121/07, de sua autoria, que propõe Moção de Solidariedade aos classificados
no referido Concurso. A Vereadora Maristela Maffei registrou a passagem, no dia
onze de setembro do corrente, das datas do atentado terrorista ao World Trade
Center, nos Estados Unidos da América, e da morte do ex-Presidente chileno
Salvador Allende. Além disso, discorreu acerca de seminário realizado no Bairro
Lomba do Pinheiro no dia quinze de setembro do corrente, apontando a discussão,
nesse evento, de questões ligadas ao desenvolvimento econômico, social e tecnológico
dessa região. O Vereador Ervino Besson, referindo-se à prorrogação, até o ano
de dois mil e onze, do recolhimento da Contribuição Provisória Sobre
Movimentação ou Transmissão de Valores e de Créditos e Direitos de Natureza
Financeira – CPMF –, defendeu a aplicação da totalidade dos recursos oriundos
desse tributo na área da saúde pública. Nesse sentido, chamou a atenção para as
dificuldades econômicas enfrentadas pelos hospitais que prestam atendimento
pelo Sistema Único de Saúde – SUS. Após, o Senhor Presidente registrou a
presença, neste Plenário, de alunos, do Professor Hobber Werner Giorgetta Silva
e das Professoras Maria do Carmo Janson e Silvana Maria Rimolo, da Escola
Municipal de Ensino Fundamental Deputado Marcírio Goulart Loureiro, que
comparecem à Câmara Municipal de Porto Alegre para participar do Projeto Sessão
Plenária do
Estudante, coordenado pelo Memorial desta Casa. Em COMUNICAÇÕES, o
Vereador Guilherme Barbosa corroborou a postura do Vereador Ervino Besson, em
relação à aplicação dos recursos oriundos da cobrança da CPMF na saúde pública,
afirmando, no entanto, que o Governo Federal tem desenvolvido relevantes
políticas sociais com parte dessa verba. Também, solicitou da Prefeitura
Municipal de Porto Alegre maior divulgação das eleições para o Conselho Tutelar
e formulou questionamentos acerca de contrato com empresa privada, para
conservação de paradas de ônibus na Cidade. Em prosseguimento, o Vereador Professor
Garcia manifestou-se em relação ao pronunciamento do Vereador Carlos Todeschini,
em Grande Expediente, sobre a disponibilização de uniformes do DMAE para uma
operação policial na Cidade. Em COMUNICAÇÕES, o Vereador Márcio Bins Ely
reportou-se ao lançamento, hoje à noite, na Assembléia Legislativa do Estado do
Rio Grande do Sul de um bloco partidário, incluindo o PDT, o PcdoB e o PSB, com
o objetivo de construção de uma identidade ideológica para o desenvolvimento do
Brasil. Ainda, avaliou a eleição da nova Diretoria da Juventude Socialista do
PDT de Porto Alegre, ocorrida no dia quinze de setembro do corrente e, finalizando,
destacou a importância das eleições para Conselheiros Tutelares na Cidade. O
Vereador Elói Guimarães lembrou Emenda de sua autoria à Lei Orgânica de Porto
Alegre, que permite ao Procurador-Geral do Município ocupar o cargo de Prefeito
no caso de impedimento do Prefeito, Vice-Prefeito e Presidente da Câmara Municipal
de Porto Alegre. Nesse contexto, enfatizando a importância da participação feminina
na história gaúcha, ressaltou que hoje três mulheres ocupam os cargos maiores
na presidência deste Legislativo, na Prefeitura Municipal e no Governo do Estado.
Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, o Vereador José Ismael Heinen, lembrando os ideais que nortearam a Revolução Farroupilha,
referentes à cobrança de impostos pelo Poder Central, discorreu sobre o quadro hoje apresentado pelo Rio Grande do Sul
em termos de arrecadação de tributos. Nesse
sentido, posicionou-se contrariamente à possibilidade de prorrogação,
pelo Congresso Nacional, da vigência da CPMF. A Vereadora Maristela Maffei citou recursos públicos federais com que contam os Municípios para
o gerenciamento de suas atividades e informou
o lançamento, hoje, de bloco de Partidos Políticos, entre os quais o PCdoB, PDT e PSB, para definição de
plataforma nacional conjunta de propostas para o País. Da
mesma forma,
comentou o Seminário “A Lomba do presente: a reforma urbana e ações práticas”,
ocorrido no dia quinze deste mês, no Bairro Lomba do Pinheiro. Em PAUTA,
Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 150/06, discutido pelos
Vereadores Adeli Sell e Carlos Comassetto, 163, 182, 184, 185 e 104/07, este
discutido pelos Vereadores Adeli Sell, Guilherme Barbosa, José Ismael Heinen,
Carlos Comassetto e Márcio Bins Ely; em 2ª Sessão, o Projeto de Lei do
Legislativo nº 190/07, o Projeto de Resolução nº 076/07; em 3ª Sessão, o
Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 028/06, os Projetos de Lei do
Legislativo nos 175 e 178/07, os Projetos
de Resolução nos 072 e 075/07. Em COMUNICAÇÃO
DE LÍDER, o Vereador Alceu Brasinha saudou
a vitória alcançada ontem pelo Grêmio
Foot-Ball Porto Alegrense em jogo de futebol disputado com a equipe do
Sport Club Internacional. Ainda,
alertou para as dificuldades enfrentadas pelos pequenos empresários,
quando empresas de grande porte se instalam nas proximidades de suas áreas de
atuação, e, finalizando, lembrou o transcurso, dia vinte e sete
deste mês, dos mil dias de gestão do Prefeito José Fogaça. O Vereador Haroldo
de Souza manifestou-se sobre a importância da votação, nesta Casa, do Projeto
de Lei que estabelece o Plano Classificado de Cargos e Salários do DMAE. Ainda,
posicionou-se criticamente sobre a absolvição do Senador Renan Calheiros e
sobre a gestão do Governo Federal. Finalizando, questionou a compra, pelo
Exército Nacional, de três milhões de unidades de chicletes e analisou o
comportamento inadequado de jovens que comparecem aos jogos de futebol. O
Vereador Adeli Sell debateu a importância da 7ª Jornada “Na Cidade sem meu
Carro”, que ocorrerá no dia vinte e dois de setembro do corrente em todo o
País. Também, enfocou o crescimento real dos salários e o controle das taxas de
juros e da inflação durante o Governo do Presidente Luiz Inácio Lula da Silva e
referiu-se à Moção de Repúdio, aprovada nesta Casa, relativa à absolvição do
Senador Renan Calheiros. Além disso, propugnou pela prestação de contas, pelo
Executivo Municipal, dos recursos do Programa
Nacional de Inclusão de Jovens – ProJovem.
O Vereador João Antonio Dib teceu
considerações relativas ao Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 008/05,
de sua autoria, em tramitação na Casa, que altera normas atualmente vigentes no
que se refere à substituição do Prefeito Municipal em caso de impedimento do
Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre. Além disso, solicitou esclarecimentos do Governo Municipal quanto
a licitações desenvolvidas pela Secretaria Municipal de Obras e Viação. O
Vereador Claudio Sebenelo manifestou-se
quanto ao Projeto de Lei do Legislativo nº 140/07, que dispõe sobre a escolha
dos Conselheiros Tutelares do Município de Porto Alegre. Sobre o assunto, analisou aspectos da
proposta apresentada por Sua Excelência, em especial a substituição do processo
eleitoral por concurso público e a exigência de apresentação de diploma de
curso superior como pré-requisito para inscrição desses Conselheiros. O
Vereador Mario Fraga reportou-se
ao pronunciamento efetuado nesta Sessão pelo Vereador Claudio Sebenelo, em Comunicação
de Líder, acerca do Projeto de Lei do Legislativo nº 140/07, enfocando a
exigência, contida nessa proposta, de diploma de curso superior dos candidatos
ao cargo de Conselheiro Tutelar em Porto Alegre. Também, defendeu o trabalho realizado pelo Senhor Mauro Zacher na
direção da Secretaria Municipal da Juventude. O Vereador Professor Garcia leu e
comentou Ofício enviado pelo Senhor Flávio Presser, Diretor-Geral do
Departamento Municipal de Água e Esgotos, ao Senhor José Francisco Malmann,
Secretário da Segurança Pública do Estado, relativo ao uso de uniformes desse
Departamento pela polícia, em operações realizadas em bairros da Cidade. Sobre
o tema, afirmou que o DMAE não permitiu nem emprestou uniformes para essas
diligências e defendeu a apuração dos fatos. A seguir, constatada a existência
de quórum, foi iniciada a ORDEM DO DIA
e aprovado Requerimento verbal, formulado pela Vereadora Maristela Meneghetti e
aditado pelos Vereadores Aldacir Oliboni e Luiz Braz, solicitando alteração na
ordem de apreciação da matéria constante na Ordem do Dia, nos termos
estabelecidos em reunião da Mesa Diretora com o Colégio de Líderes, após ser
encaminhado à votação pelo Vereador Luiz Braz. Na oportunidade, o Vereador
Adeli Sell procedeu à entrega, à Senhora Presidenta, de documento recebido por
Sua Excelência, de autoria da Secretaria-Geral da Presidência da República,
contendo dados oficiais relativos ao Programa Nacional de Inclusão de
Jovens – ProJovem. Em Votação, foi
aprovado o Requerimento nº 111/07. Em Discussão Geral e Votação, foi
aprovado o Projeto de Lei do Executivo nº 001/06, após ser discutido pelo
Vereador Adeli Sell. Em Discussão Geral e Votação, foi aprovado o Projeto de
Lei do Executivo nº 010/07, por vinte e cinco votos SIM e três votos NÃO, após
ser discutido pelos Vereadores Carlos Comassetto, Luiz Braz, Sebastião Melo,
Sofia Cavedon, João Antonio Dib e Maria Luiza, em votação nominal solicitada
pelo Vereador Marcelo Danéris, tendo votado Sim os Vereadores Adeli
Sell, Alceu Brasinha, Aldacir Oliboni, Almerindo Filho, Bernardino Vendruscolo,
Carlos Comassetto, Carlos Todeschini, Claudio Sebenelo, Clênia Maranhão, Elói
Guimarães, Ervino Besson, Guilherme Barbosa, José Ismael Heinen, Luiz Braz,
Marcelo Danéris, Márcio Bins Ely, Margarete Moraes, Maria Luiza, Mario Fraga,
Nereu D'Avila, Neuza Canabarro, Nilo Santos, Professor Garcia, Sebastião Melo e
Sofia Cavedon e Não os Vereadores Haroldo de Souza, João Antonio Dib e Newton
Braga Rosa. Durante
a apreciação do Projeto de Lei do Executivo nº 010/07, o Vereador Marcelo
Danéris cedeu seu tempo de discussão ao Vereador Carlos Comassetto. Em
continuidade, foi aprovado Requerimento de autoria do Vereador Mario Fraga,
solicitando o adiamento, por uma Sessão, da discussão do Projeto de Lei
Complementar do Executivo nº 009/06. Às dezoito horas e seis minutos,
constatada a inexistência de quórum, a Senhora Presidenta declarou encerrados
os trabalhos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária da próxima
quarta-feira, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelas Vereadoras
Maristela Meneghetti e Neuza Canabarro e pelos Vereadores João Carlos Nedel e
Aldacir Oliboni e secretariados pelo Vereador Alceu Brasinha e pela Vereadora
Neuza Canabarro, esta como Secretária “ad hoc”. Do que eu, Alceu Brasinha, 1º
Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata, que, após distribuída e
aprovada, será assinada por mim e pela Senhora Presidenta.
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Passamos
à
O Sr. Darwin Ribas, representando a Associação de Técnicos-Científicos Aposentados do
Município de Porto Alegre, está com a palavra, para tratar de assunto relativo
à implementação da Lei nº 6.819/91, referente à assistência à saúde dos
funcionários e de seus familiares, pelo tempo regimental de 10 minutos.
O SR. DARWIN RIBAS: Excelentíssima Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Exmas Sras
Vereadoras, Exmos Srs. Vereadores, colegas associados da Asta;
Srª Carmem, Presidenta do Simpa; Srª Marisa, Presidenta da nossa Associação;
municipários presentes, designado pela nossa Presidenta, Srª Marisa de Cesero,
assumo esta Tribuna Popular para lhes dizer algumas palavras.
Servidores municipais,
seus dependentes e pensionistas constituem um percentual aproximado de 5% da
população de Porto Alegre. Um adágio: “Justiça que tarda não é justiça”. Nós,
municipários de Porto Alegre, há muito tempo, buscamos a necessária e justa
assistência à saúde, prevista no Estatuto, Lei Complementar nº 133, art. 93, de
31 de dezembro de 1985 (Lê.): “É dever do Município promover a previdência e a
assistência médica, cirúrgica, hospitalar, odontológica e social aos
funcionários e inativos, e seus dependentes”. Em 4 de abril de 1990, pela Lei Orgânica, art. 49 (Lê.):
“O Município manterá entidades de assistência à saúde e previdência para seus
servidores e dependentes”. Em 5 de abril de 1991, pela Lei nº 6819, cria o
Instituto de Assistência do Município de Porto Alegre - IAMPA - e dá outras
providências; art. 3º dessa Lei (Lê.): “O IAMPA tem por objetivos primordiais
realizar todas as ações necessárias, de forma a assegurar aos servidores do
Município de Porto Alegre a assistência prevista nesta Lei”. Em 7 de dezembro
de 2004, o Sr. Prefeito eleito, o Prof.
José Alberto Fogaça de Medeiros, recebeu da Asta o Ofício nº 01/04, por
intermédio do Sr. André Imar, tendo declarado ao orador, então Presidente da
mesma: “Eu li o seu ofício”. Neste, à folha 2, (Lê.): “Conscientes de nossa
quase indigência em relação à assistência à saúde, reivindicamos o cumprimento
do disposto no art. 49 da nossa Lei Orgânica e, conseqüentemente, a imediata
implementação da Lei nº 6.819, de 5 de abril de 1991, que criou o IAMPA. Essa
autarquia, observando os princípios básicos de solidariedade humana, tal como o
IPE Saúde no Estado, assegurará a assistência à saúde a todos os servidores
municipais de Porto Alegre e seus dependentes, mediante a devida contribuição
destes e do Município”.
Em
2006, começa a funcionar uma Comissão Paritária - Governo e Simpa -, referente
à assistência à saúde, que oportunizou inclusive uma visita ao Ipasem -
autarquia de assistência à saúde e previdência do Município de Novo Hamburgo.
No
âmbito do Executivo, pendentes ainda as providências na SMA e Secretaria
Municipal da Fazenda, referentes à licitação necessária ao cálculo atuarial.
Conforme nos informou a colega Maria Rita, Secretária substituta da SMA,
cumprindo determinação da Srª Secretária Sônia Vaz Pinto, também servidora
municipal, acordou com o Sr. Secretário substituto da Fazenda, Zulmir Breda,
urgentes procedimentos que se impõem.
Em
17 de setembro de 2007, hoje, aqui estamos, perante V. Exas., em continuidade
às tratativas iniciadas em fevereiro em reunião com a Srª Presidenta, Verª
Maria Celeste, e com as Lideranças desta Casa, pedindo-lhes que nos ajudem a
concretizar nossa justa aspiração com as providências legislativas que forem
consideradas necessárias, de forma a podermos ingressar no ano de 2008 com o
IAMPA instalado e funcionando, e os municipários de Porto Alegre tendo a
assistência à saúde que os servidores do Estado e os municipários de Caxias e
de Novo Hamburgo, entre outros, já possuem há muito tempo. Que me perdoem os
Drs. Raul, Sebenelo e Goulart a eventual impropriedade dos termos: esperamos
que o embrião do IAMPA, de 16 anos, seja descongelado e cresça, para cumprir a
sua missão. Muito obrigado pela gentil atenção! (Palmas.)
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Convidamos
o Engenheiro Darwin Ribas a fazer parte da Mesa.
O
Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Exmo
Engenheiro Darwin Ribas; Exma Srª Presidenta Neuza Canabarro; demais
Vereadores e Vereadoras desta Casa; público que nos assiste, eu gostaria de
saudar a Associação de Técnicos Científicos Aposentados do Município de Porto
Alegre - a Asta -, e, em nome da Bancada do PDT, o meu Partido, integrada nesta
Casa pelos Vereadores Nereu D’Avila, Neuza Canabarro, Ervino Besson, Mario
Fraga e Márcio Bins Ely, fazer uma saudação ao Engenheiro Darwin e dizer que é
muito importante que nós possamos ter políticas públicas que tenham uma
previsão para aquelas pessoas que irão se aposentar, que, ao longo da sua
caminhada, da sua trajetória, deram a sua contribuição e que, no momento da
terceira idade, ou da melhor idade, precisam estar assistidas. Nesse sentido
também, Verª Neuza, quero dizer que tenho me esforçado para divulgar a Lei n°
07/73 e a Lei n° 113/84, pouco divulgadas, inclusive, que dão direito à isenção
de IPTU e da Taxa de Lixo aos aposentados, inativos e pensionistas do Município
de Porto Alegre, desde que preenchidos os pré-requisitos, que são: receber até
três salários mínimos, ter apenas um imóvel, morar nesse imóvel, e que o mesmo
tenha o valor venal de até 60 mil Unidades Financeiras, que seria 130 mil
reais, aproximadamente.
Quero dizer do nosso empenho e da certeza de que o pleito que apresenta aqui, Sr. Darwin, é justo e terá o apoio e a sensibilidade desta Casa. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. José
Ismael Heinen está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma
Srª Verª Neuza Canabarro, na presidência dos trabalhos; quero cumprimentar
também o Sr. Engº Darwin Ribas, aqui representando a Presidência da Associação
dos Técnicos Científicos Aposentados do Município de Porto Alegre.
Engº Darwin, eu quero, em nome do Democratas, me
solidarizar com a Asta e com todo e qualquer movimento que possamos fazer para
manter os nossos direitos adquiridos, principalmente com relação aos direitos
dos aposentados, daqueles que percorreram a sua vida, cumprindo com suas
obrigações, aceitando o jogo da verdade, daquilo que teríamos depois de passar
para a Reserva, porque eu também venho de uma classe que, ultimamente, só vem
perdendo direitos, com congelamento de planos, etc. Então, como já disse uma
vez aqui, parece que, neste País, há uma política de caça às bruxas da velhice,
parece que envelhecer neste País é pagar o preço que ele não merece.
Vossa Senhoria tem a nossa solidariedade, estamos à
disposição dos senhores. Que essa luta na equiparação dos direitos seja
vitoriosa! Parabéns.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Eu gostaria,
Darwin Ribas, em nome da minha Bancada - do Partido Progressista -, em nome do
Ver. João Dib, Newton Braga Rosa e em meu nome, saudá-lo pela sua presença aqui
e justificar a ausência do Ver. João Antonio Dib, que teve que se afastar,
porque ele é testemunha de Processo na Justiça; então ele pede desculpas a
Vossa Senhoria.
Quero dizer que a gente acompanha e deseja a
evolução do Sistema de Saúde
dos funcionários municipais. Agora, eu gostaria de deixar muito claro: desde
que seja respeitada e preservada a Associação dos Funcionários Municipais do
Hospital Porto Alegre, que considero um patrimônio dos funcionários deste
Município. Acho que um instituto será muito bem-vindo, mas que se preserve esse
patrimônio do nosso Município, que é a AFM e o Hospital Porto Alegre. Meus
parabéns, e seja muito bem-vindo.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigado,
Ver. João Carlos Nedel.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. ADELI SELL: Cara
Verª Neuza Canabarro, na presidência dos trabalhos; caríssimo Darwin;
servidores públicos municipais aqui presentes; colegas Vereadores e Vereadoras,
eu estava aqui conversando com a minha Bancada - Verª Margarete Moraes, Ver.
Guilherme Barbosa, Ver. Carlos Todeschini -, e nós queremos empenhar, em nome
da nossa Bancada, a nossa determinação de discutir e de tentar ajudar um
encaminhamento que seja viável tanto para os servidores públicos municipais
quanto para a municipalidade.
Nós
já fomos governo, sabemos das dificuldades, inclusive das nossas limitações, na
época, sobre esse caso específico. No entanto, fazendo uma reflexão, aqui,
colocamo-nos ao seu inteiro dispor e dos servidores para tratar disso nesta
Câmara Municipal, com outras Lideranças, com outras Bancadas, com o Governo
Municipal, para que nós possamos, num período que venha a beneficiar o conjunto
dos servidores municipais, obter uma saída positiva para garantir o mais amplo
e digno atendimento de saúde a todos e a todas. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O
Ver. Dr. Goulart está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. DR. GOULART: Srª
Presidenta, cumprimentando-a, também cumprimento o Engº Darwin Ribas,
desculpando-me com ele por não ter atingido esse intento, na minha época de
Presidente, quando me foi levado esse pleito.
Eu
gostaria de dizer que ¾ dos cidadãos brasileiros dependem do SUS, do Sistema
Único de Saúde; e ¼ não, porque tem seu planos de saúde. Agora, nós entrarmos
na utopia de querermos postergar um plano de saúde dos municipários para que
sejam atendidos pelo SUS é condená-los a não serem assistidos; é condená-los a
aguardar três anos por uma cirurgia que não é de muita urgência e um ano pela
cirurgia que é de muita urgência; é condená-los a se infectarem, mofarem nos
serviços de urgência de todos os hospitais. Se o povo brasileiro pudesse ter um
sistema de saúde a curto prazo, que fosse resolutivo, nós exigiríamos que os
funcionários públicos também fossem para lá. Mas que hipocrisia é essa, que
mentira é essa que a gente fica se debatendo por um plano de saúde único,
público, e sequer eles querem mandar a CPMF para ajudar a Saúde moribunda deste
Brasil?
Então
esta Bancada está atenta, está irmanada, para que tenhamos, pelo menos, até o
pequeno fim das nossas vidas, que aí se avizinha, um plano que seja mais digno
do que o SUS tem que ser, vai ser, mas não é.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Ver. Dr. Goulart.
O
Ver. Dr. Raul está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O
SR. DR. RAUL: Exma
Srª Verª Neuza Canabarro, na presidência dos trabalhos; Exmo Engº
Darwin Ribas, aqui representando a Associação de Técnicos-Científicos Aposentados do Município de Porto Alegre -
ASTA -, é com satisfação que eu me manifesto em nome da Bancada do PMDB - Ver.
Haroldo de Souza, Ver. Bernardino, Ver. Sebastião Melo. Em primeiro lugar,
solidarizo-me com essa sua luta, que é uma luta tenaz e não é de hoje, e, com
certeza, acreditamos que vai chegar esse dia o mais breve possível, quiçá
agora, em breve tempo, em que o Técnico-Científico
aposentado, o funcionário municipal, enfim, vá ter um olhar maior sobre a sua
saúde. Eu, como Técnico-Científico
do Estado, sou concursado do Estado como Médico, tenho o IPE e vejo a grande
necessidade de um cálculo atuarial efetivo nessas questões, porque o IPE, hoje,
passa por muita dificuldade. Eu já usei os serviços do IPE, acho o IPE
fantástico, enfim, mas o que existe hoje? A gente vê que as pessoas que vão
procurar as consultas do IPE estão quase como nas filas do SUS, ou seja, ligam
para o consultório médico, marcam dia tal, daqui a dois meses, pois os
procedimentos pelo IPE também estão assim. Então, nós precisamos que, quando
seja efetivamente implantado - e vai ser, tenho certeza - o sistema municipal,
que haja um cálculo atuarial que possibilite a boa remuneração dos
profissionais de Saúde que vão prestar os serviços, também, porque isso é
fundamental para a qualidade, e a qualidade é fundamental no atendimento
médico, seja a quem for, em que nível for. Então, gostaria, mais uma vez, de
dizer da nossa solidariedade, do nosso apoio e da nossa integração, porque esta
é uma luta que não é só sua, mas também é nossa, aqui desta Casa.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Muito
obrigada, Ver. Dr. Raul.
O Ver. Luiz Braz está com a palavra, nos termos do
art. 206 do Regimento.
O SR. LUIZ BRAZ: Verª Neuza Canabarro; meu amigo
Darwin, não adianta um discurso só para agradar, porque ele vai fazer bem,
momentaneamente, aos ouvidos, mas não vai ter efeito útil nenhum, e eu
acredito, meu amigo Darwin, que nós todos temos que ter consciência de que,
como se trata de uma estrutura a mais dentro do Município, essa legislação tem
que ser uma legislação vinda do Executivo. Essa legislação, de acordo com o
art. 94 da nossa Lei Orgânica, precisa ter origem no Executivo; ela é uma das
únicas legislações, essa de estruturas dentro dos órgãos municipais, que tem
que ter, não preferencialmente, mas obrigatoriamente, iniciativa dentro do
Executivo.
Então eu acho que todos nós estamos dispostos,
realmente, a ajudar, mas não basta que a Câmara queira, é necessário muito
mais, é necessário que haja um perfeito entendimento entre os funcionários
públicos e a Prefeitura Municipal, o órgão Executivo da Prefeitura Municipal,
para que realmente isso se torne possível. A Câmara quer ajudar, mas quem
disser aqui que a Câmara basta estará, realmente, iludindo o funcionário, e eu
acho que isso não seria justo.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Muito obrigada,
Ver. Luiz Braz.
O Ver. Professor Garcia está com a palavra, nos
termos do art. 206 do Regimento.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Prezada Verª
Neuza Canabarro, presidindo os trabalhos; prezado Engº Darwin Ribas, falo em
meu nome e em nome da Verª Clênia Maranhão e do Ver. Elias Vidal. Eu acompanho
de perto, Engº Ribas, essa sua luta, que não é de hoje, e fiquei muito
satisfeito, hoje, de ouvir do Ver. Adeli Sell que o PT está empenhado nessa
luta, porque essa Lei é de 1991; então, já tem 16 anos, e eu acho que essa,
realmente, é uma luta de todos. Este Vereador entende que devemos agilizar,
promover uma reunião com a Secretaria Municipal da Saúde, a Secretaria
Municipal da Administração, a Secretaria da Fazenda e o PREVIMPA, para ver a
responsabilidade de cada segmento, e quero dizer, de antemão, que V. Sa. pode
contar conosco para a promoção dessa reunião. Sabemos que este é um assunto
árduo, mas também sabemos que, quanto mais postergarmos essa temática, mais
prejuízos teremos, pois, muitas vezes, o óbito acaba ocorrendo, dentre os
funcionários, até pelas próprias faixas etárias.
Quero que saiba que V. Sa. pode contar conosco para
a promoção dessa reunião. Parabéns.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Ver. Garcia.
Agradecemos o Engº Darwin Ribas pela presença, em
nome da Associação de Técnicos-Científicos
Aposentados do Município de Porto Alegre - Asta -, para falar sobre a
implementação da Lei nº 6.819/91, referente à assistência à saúde dos
funcionários e de seus familiares.
Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os trabalhos às 14h36min.)
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel – às 14h38min): Estão
reabertos os trabalhos.
Passamos ao
O Ver. Ervino Besson está com a
palavra em Grande Expediente.
O SR. ERVINO BESSON: Sr.
Presidente, Sras Vereadoras, Srs. Vereadores, senhoras, senhores que
nos acompanham nas galerias e pelo Canal 16, quero saudar todos. Gostaria de
abordar dois assuntos, hoje, neste período do Grande Expediente. O primeiro
deles, meu caro Presidente, mais uma vez, conforme publicação nos jornais, é
sobre a Fazenda Coqueiro, produtiva. Não sei quantas vezes foi invadida essa
Fazenda, e, mais uma vez, dois tratores que eram usados na Fazenda para a
produção, para trazerem economia para o nosso Estado, foram incendiados. Lá
explodiram os dois tratores. Esse Movimento do MST... Eu não sou contra a
Reforma Agrária, porque cansei de falar deste assunto nesta tribuna, até porque
o meu Partido, o PDT, é um Partido que é a favor da Reforma Agrária, e o nosso
querido Leonel de Moura Brizola foi quem fez a primeira Reforma Agrária deste
País.
O SR. PRESIDENTE (João Carlos Nedel): Vereador, um
instantinho. Peço à platéia silêncio, por gentileza, porque há um Vereador na
tribuna. Peço que se dirijam ao nosso saguão, para, então, lá dialogar com os
Srs. Vereadores. Obrigado, senhores.
O SR. ERVINO BESSON: Muito
obrigado, meu caro Presidente. Portanto, como já disse, foi uma Reforma Agrária
organizada, uma Reforma Agrária que respeitou o que reza a Constituição, o
direito de propriedade, mas está-se vendo hoje que alguns integrantes do MST
sequer têm conhecimento de que o respeito à propriedade é constitucional. Essas
invasões, essas depredações que acontecem são um atraso, são uma agressão, sem
dúvida nenhuma, para a economia do nosso Rio Grande.
Outro assunto que eu quero abordar é da semana
passada, da CUTHAB - Comissão de Urbanização, Transporte e Habitação -, da qual
eu sou o Vice-Presidente, Comissão Presidida pelo Ver. Elói Guimarães, composta
pelos Vereadores Sebastião Melo, Alceu Brasinha, José Ismael Heinen e
Ver.Guilherme Barbosa. Recebemos uma Comissão da Zona Norte. Várias Lideranças
trouxeram à Comissão algumas preocupações de lideranças comunitárias a respeito
do empreendimento que vai acontecer na Av. Sertório. Também quero dizer que não
sou, em hipótese nenhuma, contra o desenvolvimento dos empreendimentos que
estão sendo projetados para a nossa Porto Alegre. Só quero fazer uma
observação: esse tipo de empreendimento tem que ser amplamente discutido junto
com a comunidade - porque a preocupação daquelas lideranças comunitárias que
estiveram aqui presentes é justa, mais do que justa -, para que todos os
segmentos da sociedade consigam participar e discutir com as associações de
bairros, para não haver um choque como está acontecendo com esse grande
empreendimento que vai haver na Av. Sertório.
Também, meu caro Ver. Nilo, naquela Reunião,
levantei um problema da Zona Sul. Mais uma vez, quero dizer para o telespectador,
para os colegas Vereadores, que não sou contra grandes empreendimentos, mas
isto me preocupa: na Zona Sul de Porto Alegre, na Estrada Eduardo Prado com a
Av. Monte Cristo, próximo ou quase em frente ao cemitério da Vila Nova, está
acontecendo um grande empreendimento, Ver. Todeschini. Até perguntei para
várias pessoas da região, mas não sabiam qual é o tipo de empreendimento que
está saindo lá. Só que agora eu sei: é um grande empreendimento do grupo
Wal-Mart, o Big.
Pergunto aos telespectadores, aos colegas
Vereadores: será que esse empreendimento é necessário para a Zona Sul, já que
estamos muito bem, obrigado, muito bem servidos? Temos um Zaffari na
Av.Cavalhada, um Big no Cristal, e, na Av. Juca Batista, há uma grande loja do
Zaffari. Estamos extremamente bem atendidos naquela região. Agora, mais um
grande empreendimento! Isso foi discutido com a comunidade? O que vai
representar, esse empreendimento, meus caros colegas Vereadores, de impacto
social para aquela região? Temos uma média de 30 a 35 pequenos e médios
empreendedores; como é que fica esse pessoal? Como será a sobrevivência dessas
pessoas, desses pequenos e médios comerciantes que deram o seu trabalho e a sua
luta para o engrandecimento desta Cidade? Isso nós temos que ver! Tem que ser
ouvido esse segmento aí, porque vai acontecer um impacto social muito grande
naquela região. Não sou contra os grandes empreendimentos. Agora, fico
preocupado, Ver. Adeli Sell, pois acho que faltou aprofundar uma discussão
junto com a comunidade e aqueles empreendedores, pequenos empreendedores, que
tinham que participar nessa discussão. Esses tinham que participar, porque
ninguém sabe o que vai sair daí. Talvez hoje alguns saibam, mas nem todos
sabem, e isso vai causar um sério problema para a sobrevivência desses pequenos
empreendedores, pequenos comerciantes, sem dúvida nenhuma.
O Sr. Adeli Sell: V. Exª permite um aparte?
(Assentimento do orador.) Ver. Ervino Besson, V. Exª esteve conosco na PUC,
recentemente, quando foi lançada a rede de confeitarias e padarias Deliart.
Ainda estávamos no Governo de Germano Rigotto, que continuou um projeto de
redes de cooperação e extensão empresarial iniciado na gestão de Olívio Dutra.
Na minha gestão, na SMIC, V. Exª sabe que dei continuidade a isso; inclusive o
Ver. Mauro Pinheiro é o exemplo mais cabal desse processo, porque ele dirige
rede ampla de minimercados, e eu acho que, agora, tudo foi abandonado em nível
local e, principalmente, no Estado, que tocava esses projetos.
Temos uma Lei Municipal que regula os empreendimentos,
principalmente na área mercadista. No grosso na Cidade, há limitações, em torno
de dois mil metros quadrados. Portanto, fora disso, temos que discutir projetos
especiais, e a Prefeitura pode decidir não aceitá-los. Inclusive, na época em
que foi colocado o Carrefour lá onde existe hoje - tudo dentro da lei, diga-se
de passagem -, eu dizia que deveríamos olhar para a experiência de Buenos Aires
ou do resto do mundo: onde há um grande empreendimento desses, cria-se um
emprego, mas ele mata três no entorno.
Portanto, quero dizer que, da nossa parte, sempre
terão oposição os megaempreendimentos, porque eles acabam com os pequenos e os
médios empreendedores.
O SR ERVINO BESSON: Muito
obrigado, Ver. Adeli. Como já disse antes, na Zona Sul de Porto Alegre, vejo
que não seria necessário construir um empreendimento desse grande porte como
está acontecendo, porque, em compensação a esses grandes empreendimentos, agora
o prejuízo é muito maior.
Eu penso - e não sei se é o mesmo pensamento dos
colegas Vereadores e Vereadoras - que os grandes empreendimentos deveriam, sim,
passar aqui pela Câmara, porque, se nós, os 36 Vereadores, somos representantes
do povo desta Cidade, teríamos, sim, que participar dessa discussão dos grandes
empreendimentos, para não quebrarem os pequenos, esses que foram os
responsáveis pelo engrandecimento da nossa Porto Alegre. Eu sou morador da Zona
Sul desde 1960, e lá nós estamos muito bem atendidos pela rede Zaffari, na Otto
e na Cavalhada, e pelo Big. Para que outro grande empreendimento naquela
região? Como é que ficam os pequenos, minha cara Presidenta, Verª Maristela
Meneghetti, V. Exª que é contadora e atende muito os pequenos comerciantes?
Como é que ficam os pequenos empreendedores? Numa situação terrível.
Agradeço a atenção dos nobres colegas Vereadores e
Vereadoras, e quero dizer mais uma vez: não somos contra esse tipo de
empreendimento, mas temos que aprofundar essa discussão aqui na Câmara, com a
participação dos 36 Vereadores e Vereadoras. Será que o prejuízo não vai ser muito,
muito maior? Muitos desses pequenos vão quebrar, porque não há como suportar
esses grandes empreendimentos. Eu gostaria que alguns dos Srs. Vereadores e
Sras. Vereadoras também se pronunciassem, colocassem suas idéias nesta tribuna,
porque é bom a gente reabrir essa discussão. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver.
Ervino Besson. O Ver. Carlos Todeschini está com a palavra em Grande
Expediente, por cedência de tempo do Ver. Guilherme Barbosa.
O
SR. CARLOS TODESCHINI: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores e Sras
Vereadoras; público presente; direção do SIMPA; Sr. João Paulo, presidente da
AFM; amigo e companheiro do Conselho Deliberativo do DMAE e demais membros da
diretoria aqui presentes; assistência da TV Câmara, estou muito surpreso e,
quero confessar, bastante consternado ao ver aqui, na página 10 de Zero Hora, a
figura do nosso Vice-Prefeito, Dr. Eliseu Santos, numa situação de evidente
constrangimento, quando diz o seguinte: “Às voltas com a falta de dinheiro para reparos
mais urgentes em Postos de Saúde, o Vice-Prefeito e Secretário Municipal
de Saúde, Eliseu Santos, apelou para o método conhecido de instituições de
caridade: pedir doações.” Eu conheço o Dr. Eliseu - uma pessoa serena, uma
pessoa trabalhadora - e fico admirado que o Prefeito ou o Secretário da Fazenda
o tenham colocado numa situação de tamanho constrangimento, mendigando,
mendigando para os comerciantes, mendigando para a Cidade, quando nós sabemos
que o que falta mesmo para esse Governo é vergonha na cara e competência.
Vergonha na cara e competência, porque, só no ano passado, em recursos do
QualiSUS, foram perdidos 7,9 milhões de reais, dinheiro devolvido por falta de
projetos do Município, porque o dinheiro já havia sido autorizado pelo Governo
Federal.
João Paulo, o senhor que é uma pessoa que lidou com
a área de finanças, sabe bem do que se trata. E este ano tem mais dinheiro
perdido, dinheiro já autorizado, dinheiro liberado do Governo Federal, porque o
Governo Municipal não tem competência para apresentar os projetos e buscar o
dinheiro. Então, aparece aqui o Vice-Prefeito - e eu acredito que não é da
vontade dele, porque ele aparece muito constrangido, mas, certamente, imposto
pelo Prefeito, pelo Secretário da Fazenda, pelo Secretário da Gestão -
mendigando, Verª Margarete, no comércio da Cidade. Então, é uma figura que
deixa uma imagem, uma marca. Onde vamos parar? E parece que o Governo Municipal
está completamente sem dinheiro, está na miséria, está na míngua, mas isso me
parece que não corresponde à realidade. De um lado, porque o Governo Federal
aporta a Porto Alegre, só no ano de 2007, Verª Maristela, 500 milhões de reais,
especialmente para o DEP, para o DMAE e para o DEMHAB, habitação e saneamento,
além de outros programas, via BNDES e outros mecanismos de financiamento, mas
uma grande parte desse dinheiro, João Paulo, é a fundo perdido, é dinheiro
não-retornável. Inclusive, na semana passada, houve a assinatura do início das
obras para o reassentamento das Vilas Dique e Nazaré, 33 milhões a fundo
perdido. É apenas uma parte, porque vem muito mais. Muito desse dinheiro é a
fundo perdido.
E eu digo que não deve ser a falta de dinheiro;
portanto, o Vice-Prefeito deve estar constrangido de forma indevida, nesta
foto, porque, ao mesmo tempo, vejo, aqui, alguns extratos de contrato - e não
estou inventando, porque isso é o Diário Oficial. Vejam a seguinte súmula que
vou ler, para que vocês fiquem com a precisão dos termos: a Secretaria Municipal
de Obras e Viação torna público, de acordo com o processo nº tal, a contratação
emergencial para “Locação de equipamentos para serviços de terraplenagem”,
através da empresa tal e tal, no valor de R$ 2.020.920,00 - vejam bem -, com
dispensa de licitação, com base no art. 24, inciso IV da Lei 8.666/93.
Bem, isso é emergencialidade? O senhor, Ver. Nilo,
que entende bem a Lei de Licitações, sabe que emergencialidade é só quando, no
caso, talvez, tivéssemos um terremoto, um tsunami na Cidade ou uma ação
prolongada de enchentes e deslizamentos, e, mesmo assim, seria questionável;
ou, no caso, Ver. Guilherme, da inexistência de concorrência, de empresas de
fornecimento de material de equipamento, de terraplenagem e esse tipo de
natureza de serviços. Vejam só, uma
dispensa de licitação de R$ 2.020.920,00.
Ao mesmo tempo, vejam
aqui um outro extrato: Dispensa de Licitação, Processo nº tal, contratante:
EPTC, no valor de R$ 403.200,00, pelo art. 24, inciso IV, da Lei Federal 8.666/93, que
também é emergencialidade. Controladores de velocidade, me parece que é isso.
O Sr. Guilherme Barbosa: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) De fato, estou muito surpreendido, porque
uma das tarefas permanentes e quotidianas da Secretaria Municipal de Obras e
Viação é a manutenção de todas as vias da Cidade, uma parte das quais não tem
pavimentação ainda, muito no extremo-sul da nossa Capital, Lomba do Pinheiro,
que precisa, então, do trabalho de terraplenagem, mas isso é um trabalho
quotidiano, e jamais - jamais - poderia haver uma dispensa de licitação num
trabalho como esse; portanto, tem que ir atrás disto aí. É muito grave o que V.
Exª está colocando, principalmente pelo valor: dois bilhões de reais, com
dispensa de licitação, num trabalho quotidiano da Secretaria! Isso é muito
grave. Acho que temos que aprofundar a análise deste item. Muito obrigado.
O SR. CARLOS TODESCHINI: Obrigado pelo
aparte, que contribuiu bastante para o papel de fiscalização que esta Câmara
deve exercer e informo: já fiz Pedido de Informações formalmente ao Executivo,
para que me responda se não existem empresas em nível de capacidade de
concorrência e qual é o fundamento para justificar a emergencialidade dessas
contratações, tanto para contratações de equipamentos de terraplenagem, bem
como a contratação de controladores de velocidade.
Mas, não bastando isso - e não sou eu que estou
dizendo, João Paulo, está tudo aqui no Diário Oficial do Município, só para
citar alguns casos... e hoje eu quero fazer uma cobrança para a Liderança do Governo, Ver. Professor Garcia, porque hoje
completam 45 dias do Pedido de Informações acerca da obra do Conduto Forçado
Álvaro Chaves. A obra apresentou uma elevação de custos da ordem de 17 milhões
de reais, ou seja, um agregado de custos de 40%. Nós tivemos toda a obra da 3ª
Perimetral, onde houve um excedente de recursos de mais de 5 milhões de reais,
e apenas a obra do Conduto Forçado Álvaro Chaves apresenta uma defasagem de 17
milhões de reais e, portanto, um acréscimo de 40%. Eu não estou fazendo
aqui nenhum juízo antecipado, mas fiz um Pedido de Informações e quero que seja
respondido para a minha Bancada e para esta Casa sobre os motivos reais e os
motivos fundados da necessidade desse aumento de gastos ou elevação de custos,
melhor dizendo, de 17 milhões de reais; uma obra que vai aproximadamente de 43
milhões de reais para 60 milhões de reais. Estamos falando isso, porque é
dinheiro público, é dinheiro que, se falta para o servidor, às vezes sobra para
o outro lado.
E aqui nós estamos, pelo menos nessas questões,
levantando indícios muito sérios de descumprimento da Lei e de favorecimento,
talvez, de alguns. Então, é preciso que investiguemos isso com profundidade.
Da mesma forma, quero aqui fazer uma denúncia.
Estão aqui os leituristas do DMAE, uma categoria exemplar no cumprimento de
seus deveres. Foi feito, no DMAE, algo inaceitável. Foram colocados policiais
com uniformes de funcionários do DMAE, para fazerem buscas e apreensões de
marginais da Cidade, de pessoas fora-da-lei. E, agora, quando as pessoas do
DMAE vão fazer o seu trabalho, muitas vezes são constrangidas. Suas vidas e sua
integridade física são ameaçadas, porque o DMAE emprestou o uniforme para a
Polícia. Isso é algo inaceitável, porque se sabe que essas pessoas estão
cotidianamente nas vilas, cotidianamente, têm de bater em cem por cento das
casas da nossa Cidade.
Estou aqui com um documento em que é consultada a
liderança de uma vila, que afirma que não pode disponibilizar liderança da
comunidade para acompanhar os leituristas, porque a dita perseguição, as
ameaças e os constrangimentos que alguns funcionários do DMAE sofreram foi
porque o DMAE emprestou o uniforme do Departamento para a Polícia.
Isso jamais foi aceito na nossa gestão. E vejo isso
como uma forma completamente acintosa e irresponsável do Superintendente, da
chefia de vocês!
E, por último, só quero levantar mais um dado,
porque eu não posso deixar passar: aqui, hoje, está sendo enviado um Projeto a
esta Casa, que busca a autorização para a contratação do Socioambiental. E,
dentre as medidas elencadas, está a contratação de mais 19 Cargos em Confiança
para o Programa Integrado Socioambiental.
Quando Diretor do DMAE, fizemos todo o Projeto, sem
contratar nenhum funcionário, todos com a participação e com o apoio dos
funcionários do DMAE, que têm capacidade, qualidade e têm aquilo que há de
melhor.
Então, este Prefeito que disse que ia valorizar os
funcionários está aí, e o resultado é menosprezo. E não se sabe o que se quer,
porque, aqui, se está botando gente estranha para fazer um projeto
completamente de interesse e que vai dizer respeito ao DMAE e à vida pública da
Cidade. Muito obrigado pela atenção de todos.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Encerrado o
período de Grande Expediente.
Passamos às
O
Ver. Professor Garcia está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo
do Ver. Elói Guimarães.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, este tema que eu venho abordar hoje, no período de Comunicações, eu
ia abordar na quinta-feira, mas, infelizmente, nós não tivemos tempo. Eu venho
aqui, de público, registrar o meu descontentamento com as atitudes que a
Secretária de Educação do Estado,
a Secretária Mariza Abreu, adotou na semana passada em suas diversas falas em
emissoras de rádio e televisão, relativas à possibilidade da não-prorrogação do
concurso público do Magistério por mais dois anos. Achamos que esse deve ser um
fato inédito, se ocorrer, no nosso Estado; nunca ocorreu, e também não se tem
notícia no Município de Porto Alegre. É praxe que todo o concurso público valha
por dois anos, sendo prorrogável por mais dois anos. A Secretária adotou
algumas atitudes, colocando em xeque a capacidade dos professores.
Hoje
não estou mais à frente de uma faculdade, mas, durante 15 anos, fui diretor de
um curso de licenciatura em uma faculdade, e sei do empenho, do zelo que as
diversas universidades fazem para o aprimoramento dos seus cursos. Tenho
certeza de que os profissionais, das diversas profissões, que hoje estão sendo
colocados no mercado de trabalho, ao finalizarem um curso de Graduação na área
da Licenciatura, possuem competência, sim. E a Secretária colocou que o
concurso, no Rio Grande do Sul, não é um bom concurso. Então, eu gostaria que,
no próximo concurso, quando for feito, ela venha explicar quais são as atitudes
que o Governo do Estado vai tomar em relação a isso.
Questionada
sobre se um outro edital traria prejuízo ao Estado, ela foi bem clara, dizendo:
“Os concursos praticamente se pagam; custo alto é selecionar mal os
professores”. Ora, vamos fazer outro concurso, porque tem dinheiro.
Os
professores investem nisso; eu sei que, inclusive, fazem cursos específicos
para essas provas. E os editais são públicos, antecipados, dizendo quais são os
conteúdos programáticos a serem desenvolvidos.
Eu
gostaria também que a Secretária viesse de público explicar qual é a proposta
do Governo do Estado para a formação continuada. Sabemos que, quando um
professor se forma em qualquer curso de graduação, ao se formar, ali não é o
fim: pelo contrário, é o início de uma profissão. E aquele profissional que não
estiver sempre se atualizando fica totalmente fora do mercado.
Então,
eu gostaria de saber qual é a proposta do Governo do Estado para a formação
continuada desses docentes que hoje estão nas diversas escolas, mais de 3 mil;
se tem algum programa efetivo para atualizar esses profissionais, porque, hoje,
dentro desse contexto, sabemos que, muitas vezes, os professores ficam
descontextualizados, principalmente na questão de informática, porque, muitas
vezes, os professores não têm computadores em casa, e as crianças vêm com
diversas atualidades.
Quero
também dizer aos colegas Vereadores que entrei com uma Moção de Solidariedade -
vou pedir o apoio depois - aos professores aprovados no Concurso nº 01, de
2005, que ainda não foram nomeados, porque esses candidatos correm o risco de
não serem nomeados pela Secretaria. E solicito que essa Moção seja encaminhada
ao Governador do Estado, à Secretaria da Educação, ao Presidente da Assembléia
Legislativa, ao Conselho Estadual de Educação, à Comissão de Educação da
Assembléia Legislativa e ao CPERS-Sindicato.
O
Sr. Adeli Sell: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Falo em meu nome, em nome da minha
Bancada e da Bancada do PCdoB, da Verª Maristela Maffei; nós lhe damos toda a
solidariedade em fazer essas cobranças ao Governo do Estado e à Secretaria da
Educação.
O
SR. PROFESSOR GARCIA:
Obrigado, Vereador. É que entendo que a educação é uma causa de todos, e volto
a dizer que nós não podemos colocar na vala comum esses professores que se
graduaram numa universidade, dizendo que eles não têm condições. Aí é colocar
em xeque, colocar em risco todo o ensino. Talvez não tenhamos o melhor ensino,
mas eu posso afiançar que o Ensino Superior realizado no Rio Grande do Sul é um
bom ensino; volto a dizer que, talvez, não seja o melhor, mas é um bom ensino e
um ensino de qualidade.
A
Srª Maristela Maffei: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigada, Srª Presidenta;
obrigada, Vereador. Eu queria sugerir - e praticamente o senhor fez o
encaminhamento - que, através da Comissão de Educação, Cultura, Esporte e
Juventude - Comissão de Educação, Cultura e Esportes -, mas não apenas por
intermédio ela, levássemos à Mesa Diretora uma solicitação de comparecimento da
Secretaria de Estado a esta Casa. Eu também já gostaria de encaminhar para a
nossa Presidenta. Obrigada.
O
SR. PROFESSOR GARCIA: Eu
acho que tudo o que vier somar, Vereadora, ajuda. Então, quero, também,
parabenizá-la por essa iniciativa, e vamos ser signatários, de forma conjunta.
Muito obrigado, Srª Presidenta.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª
Maristela Maffei está com a palavra em Comunicações.
A SRA. MARISTELA MAFFEI: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, senhoras e senhores,
eu queria lembrar aqui algumas datas importantes, já que, na semana passada,
nós tivemos a discussão de alguns Projetos importantes e, portanto, menos tempo
para Comunicações e para Liderança.
Eu queria lembrar a data do 11 de setembro, também
me solidarizando com a questão das Torres Gêmeas, mas lembrar do golpe sofrido,
também no 11 de setembro, e o assassinato do Allende, nosso Presidente no
Chile, através de um golpe de um terrorista, um ditador chamado Pinochet. Então, é importante a gente
sempre colocar as coisas, porque esta é uma Casa de idéias, e por isso não
podemos esquecer da nossa história.
E
um fato importante que nós tivemos nesse sábado, na Lomba do Pinheiro, foi que
organizamos um seminário, já que todos sabemos que virá para esta Casa um
Projeto, no qual será discutida a questão do consórcio, adequando o Estatuto da
Cidade, onde teremos um gerenciamento, um grupo gerenciador de todas as
questões a serem discutidas naquela Região como, por exemplo, os novos
empreendimentos, seja em relação às políticas sociais, seja em relação às
políticas de desenvolvimento da nossa Região.
Como
existe um projeto chamado Lomba do Futuro, nós fizemos um seminário na Lomba do
Pinheiro, discutindo o futuro, mas, principalmente, o presente daquela Região.
Pela manhã, tivemos a presença da nossa Presidenta do GHC, a sempre Deputada
Jussara Cony, quando foram discutidos projetos importantes que serão discutidos
no Estado e que também serão levados para a Lomba do Pinheiro.
Dentre
algumas questões fundamentais que foram discutidas, por exemplo, há a questão
da capacitação gerencial dos postos de saúde familiar, onde faremos uma parceria
com o GHC para estarmos aprimorando, já que sabemos que, nesse convênio que
existe, minha querida amiga Verª Margarete Moraes, com a PUC, há duas portas:
uma do SUS e a outra dos convênios, enquanto que o GHC é 100% do SUS, atende
todo o Estado do Rio Grande do Sul e é a realidade da maioria dos nossos
hospitais aqui em Porto Alegre e em todo o Estado.
Então,
nós vamos ter esse trabalho em conjunto e vamos construir políticas com uma
cadeia produtiva. Vamos encaminhar a cadeia produtiva da fitoterapia, através
do SUS, que é um projeto inédito, com pesquisas na comunidade, junto com
instituições como a Emater, junto com as universidades, com todas as escolas,
as associações, as igrejas.
Vamos iniciar agora um grupo
para constituir esse início de trabalho de pesquisa, acompanhado pela
Universidade Federal, que vai nos dar toda a assessoria técnica. Há as linhas
de cuidados como a questão da mãe/bebê, que nós vamos aprofundar; há também a
questão das políticas de prevenção e cuidados com queimaduras; o trabalho de
cuidados com o idoso, com a melhor idade. Sabemos que, se não houver
qualificação dos PSFs, nós ainda vamos enfrentar vários problemas.
E essa questão fitoterápica,
Vereadora e Presidenta Maristela Meneghetti, vai ser importantíssima em relação
à saúde da mulher, porque nós sabemos que, se houver uma alimentação dirigida,
qualificada, encaminhada, assistida, nós não vamos ter mulheres e homens com
osteoporose; em especial, as mulheres. Quer dizer, é economicamente importante,
mas principalmente pela realização, e a gente sabe que as mulheres mais
empobrecidas são as que mais sofrem.
Nós
tivemos, na parte da tarde, a presença do Presidente da CEEE, que esteve lá
conosco, levando todo o projeto que nós articulamos junto ao Governo do Estado
sobre a questão do Ceitec, um projeto de um milhão de reais para triplicarmos a
garantia de que a Sala Limpa do Ceitec vá funcionar sem nenhuma interrupção,
além da questão dos loteamentos irregulares. Estamos gestionando junto à
Prefeitura de Porto Alegre, com a Dra. Mercedes Rodrigues, hoje Prefeita de
Porto Alegre, um momento especial para, junto com o DEMHAB, a CEEE e a PGM,
fazermos um termo de compromisso para regularizarmos todas as áreas
irregulares.
Isso
é um pouco do contexto que vivenciamos nesse fim de semana. Depois, como
Liderança - não quero me pronunciar neste momento para não prejudicar as outras
falas em Comunicação -, traremos o restante do resultado. O nosso querido
Secretário Fortunati esteve lá conosco e foi importantíssimo nos encaminhamentos,
colaborou para um novo salto na nossa comunidade, a Lomba do Pinheiro, antes e
depois do Ceitec. Obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Verª Maristela Maffei.
O
Ver. Ervino Besson está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do
Ver. Newton Braga Rosa.
O
SR. ERVINO BESSON: Verª
Maristela Meneghetti, Sras Vereadoras e Srs. Vereadores, senhoras e
senhores que nos acompanham nas galerias e no Canal 16 da TVCâmara, eu queria
saudar todos. Agradeço, de uma forma fraternal e carinhosa, o Ver. Newton Braga
Rosa, que me cedeu seu tempo, no dia de hoje, no período de Comunicações.
Como
é sabido, não adiantaram as milhares e milhares de assinaturas que o povo deste
País colheu e entregou ao Poder Central, pedindo para que a CPMF não fosse
prorrogada. Nada disso adiantou, pois a CPMF foi prorrogada até 2011. E eu
quero fazer um apelo nesta tribuna - e acho que todos os Parlamentos deste País
deveriam fazer um apelo ao nosso Presidente Luiz Inácio Lula da Silva - para
que esses milhares de recursos que serão arrecadados com a CPMF, através da
contribuição de todo o povo, sejam, sim, canalizados para a Saúde. A CPMF foi
criada para melhorar a Saúde do nosso povo, mas, como se sabe, nem 20% desses
recursos são canalizados para a Saúde do nosso povo, gerando um sofrimento nos
hospitais, com filas para as pessoas conseguirem uma consulta ou uma cirurgia -
passando-se dias, meses, e anos -, porque não há recursos, não há condições
para que os nossos hospitais consigam prestar um bom trabalho para a nossa
população. Se foi criado um imposto para esse fim, por que os recursos advindos
desse imposto não são canalizados para a Saúde? Primeiro, os recursos vão para
uma vala comum - para tapar um furo aqui, acolá -, e, depois, o que sobrar, vai
para a Saúde. A maioria desses hospitais, aproximadamente 95% deles, atende só
pelo SUS, e a gente acompanha diariamente o sofrimento dessas pessoas. Muitas
dessas pessoas vêm no meu gabinete e no gabinete dos caros colegas Vereadoras e
Vereadores, pedindo socorro, para que a gente faça algo por eles. Como todos
sabem, eu moro na Zona Sul de Porto Alegre, e eu cito como exemplo o Hospital
Vila Nova, que atende 96% das pessoas pelo SUS. Eu cito como exemplo o Hospital
Vila Nova, mas há outros hospitais na mesma situação. E digo mais: é um
heroísmo dos diretores desses hospitais, pois ainda conseguem atender a nossa
população numa situação extremamente delicada, numa situação precária,
aliviando um pouco do sofrimento do nosso povo. Portanto, meus caros Senadores,
Deputados Federais, Deputados Estaduais, Vereadores, vamos fazer uma corrente,
apelando para que o Poder Central, com a prorrogação da CMPF, que, pelo amor de
Deus, canalize esse recurso para aliviar o sofrimento do nosso povo.
Meu
caro Ver. Claudio Sebenelo, V. Exª, que é médico, sabe, nós temos três médicos
nesta Casa; a gente vê na retaguarda, nos corredores, pessoas procurando,
implorando para esses médicos uma consulta, uma cirurgia; e as pessoas morrem e
não conseguem, muitas vezes, fazer uma cirurgia. Meu caro Ver. Aldacir Oliboni,
que também trabalha num hospital, sabe do sofrimento do nosso povo.
Portanto,
fica aqui este apelo: vamos canalizar esse recurso - a CPMF - arrecadado do
nosso povo, no seu dia-a-dia, para o fim que ele foi criado. Se foi criada para
a Saúde, e o povo contribui para a Saúde, vamos canalizar para a Saúde, gente!
E não colocar esses recurso numa vala comum, e os recursos para a Saúde sempre
ficam em quarto, quinto, sexto plano. Está aí a situação da Saúde hoje. Temos
recurso? Temos a CMPF! Então, se foi criada para esse fim, vamos canalizar esse
recurso, sim, para o fim que foi criado, que é para Saúde, aliviando um pouco o
sofrimento deste nosso povo. Muito obrigado, Sr. Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
(O Ver. Aldacir Oliboni assume a presidência dos trabalhos.)
O
SR. PRESIDENTE (Aldacir Oliboni): Queremos
anunciar a visita da Escola Municipal de Ensino Fundamental Deputado Marcírio
Goulart Loureiro. Alunos da 8a série. São 39 alunos acompanhados
pelos Professores Hobber Giorgetta, Maria do Carmo Janson e Silvana Maria
Rimolo. Esta atividade faz parte do Projeto de Educação Política que o Memorial
desta Casa desenvolve com as escolas da Cidade de Porto Alegre. Portanto sejam
bem-vindos. Uma salva de palmas.
O
Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra em Comunicações, por cedência de
tempo do Ver. Marcelo Danéris.
(A
Verª Maristela Meneghetti reassume a presidência dos trabalhos.)
Isso
tem o meu apoio. Embora seja importante destacar que as várias políticas
sociais que o Governo Federal tem implementado no País, e que têm dado muitos
resultados, vêm principalmente deste imposto: a CPMF. Embora não seja alocado
na Saúde, tem havido, no Governo Lula - no primeiro e agora no segundo - uma
alocação importante dos recursos das políticas sociais do nosso País.
Por
falar nisso, nós vimos, na semana passada, que o IBGE apresentou dados, numa
nova pesquisa no País, que mostram que, de 2005 para 2006, houve um aumento da
base salarial como há muitos anos não havia: 7,2%. Se nós olharmos o gráfico,
Ver. Todeschini - que acompanhava a própria pesquisa do IBGE no site da
página do Terra -, durante todo o período do ex-Presidente Fernando Henrique
Cardoso, a massa salarial, os salários, em média, no Brasil, caíram. Depois
estabilizou em 2003 e 2004 - os dois primeiros anos do Governo Lula -, e, em
todos os outros anos do Governo do Presidente Lula, a média salarial do Brasil
sobe. De tal maneira que, agora, o valor do ano passado retornou a um patamar
que já existia, mas que, infelizmente, havia caído durante todo o período do
Doutor - Doutor! - que falava muitas línguas, Fernando Henrique Cardoso; agora,
com um operário, Luiz Inácio Lula da Silva, está subindo
permanentemente.
Eu quero abordar ainda outros
dois temas. O primeiro é que faltam apenas 13 dias para a eleição dos Conselhos
Tutelares. Infelizmente eu não vejo, aqui, nem a Liderança do Governo nem a
Vice-Liderança, mas há alguns Vereadores da base do Governo, e eu queria chamar
a atenção para isto, Ver. Nereu: a Prefeitura não tem feito nenhuma divulgação
sobre a eleição. A gente tem escutado os candidatos ao Conselho Tutelar: a
população, como um todo, não está sabendo dessa eleição, não está ligada a esse
tema. E faltam, como já disse antes, 13 dias, menos de duas semanas, para o
domingo, 30 de setembro! É preciso que a Prefeitura divulgue, faça publicidade
sobre isso, chamando a população para votar. Nós sabemos que os conselheiros
tutelares têm uma tarefa importante: a de cuidar, junto com a Prefeitura, junto
com os pais, junto com as escolas, das nossas crianças e dos nossos
adolescentes. Portanto, é preciso, já que não é uma eleição obrigatória, que se
faça um movimento de chamamento à população para ir votar. Eu queria passar
isto para o Governo - infelizmente os interlocutores não estão aqui neste
momento: que o Governo faça uma divulgação sobre essa eleição.
Outro
tema que quero abordar e que tenho acompanhado com muita preocupação é sobre a
EPTC, que tem um contrato de manutenção e propaganda nas paradas de ônibus.
Havia um contrato antigo, com uma empresa que trabalhava com isso, há muitos
anos; uma outra empresa, pequena, participou da licitação e ganhou: a empresa
MC Engenharia. A partir daí, começaram a acontecer coisas muito estranhas, Ver.
Todeschini: as paradas de ônibus eram, em algumas madrugadas, todas elas
liquidadas, detonadas, depredadas, permanentemente, o que parece ser uma coisa
encomendada. Essa empresa pequena, que ganhou a licitação, fazia um esforço
muito grande para manter as paradas de ônibus, Ver. Garcia. O contrato do
primeiro ano se extinguiria em abril; a EPTC perdeu o prazo e, ao longo
do tempo, não fez nenhum registro de que não concordava com o trabalho que
estava sendo realizado. Agora, a Empresa foi comunicada, de forma inadequada,
que o trabalho não estava em conformidade, e nada disso foi devidamente
registrado - Ver. Garcia, aparentemente, V. Exª também conhece o assunto - para
fazer o cancelamento do Contrato. Eu não quero crer que haja pressão de grandes
empresas sobre isso, mas, que existe alguma coisa nos céus, além dos aviões de
carreira, existe. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª
Presidenta, na fala anterior do Ver. Todeschini, quando ele se referiu à
questão do DMAE, quero dizer que fiz um contato com o Diretor Presser.
Primeiro, o DMAE nunca emprestou nenhum material, mas realmente o fato ocorreu,
e inclusive estão me mandando cópia do Ofício que ele enviou ao Secretário de
Segurança Pública para que fatos dessa natureza não ocorram novamente.
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Muito obrigada
pela sua intervenção.
O Ver. Márcio Bins Ely está com a palavra em
Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Nereu D’Avila.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Exma
Verª Maristela Meneghetti, na pessoa de V. Exª, quero cumprimentar os demais
Vereadores e Vereadoras desta Casa, público que nos assiste nas galerias, na
TVCâmara, senhoras e senhores. Venho a esta tribuna hoje, em período cedido
pelo Ver. Nereu D’Avila, meu colega de Bancada, no período de Comunicações,
para tratar de alguns assuntos, sendo que o primeiro deles diz respeito a um
evento que hoje se realizará, a partir da 19h, no Teatro Dante Barone, da
Assembléia Legislativa, onde estaremos fazendo, para o Rio Grande do Sul, a
exemplo de outros Estados, o lançamento do Bloco de Esquerda que reúne os
Partidos alinhados ao Movimento de Esquerda no nosso País: o PCdoB, o PSB, o
PDT. E, claro, respeitando os demais Partidos que também trabalham e
desenvolvem um Projeto na área da esquerda, também entendemos oportuno que
organizássemos esse Movimento, até para que nós pudéssemos coordenar ações e ter mais força política na conjuntura
nacional da política que se impõe em nosso País. E também debatemos esse tema,
na semana passada, quando estive em Brasília, na Reunião da Executiva, e, com
certeza, o nosso Partido estará bem representado, convidando a todos os
simpatizantes, dirigentes, militantes e amigos do PDT, para que se façam
presentes nessa atividade, na data de hoje.
Eu
gostaria também de dizer que, no sábado, tivemos a eleição da juventude do
nosso Partido, do PDT, Juventude Socialista do PDT de Porto Alegre, que
realizou a sua Convenção, o seu Congresso aqui em Porto Alegre, renovando a sua
Executiva, dando um novo fôlego para a nossa militância, em um grande ato
coordenado pelos atuais detentores do mandato da Diretoria da nossa Juventude.
Reconduzimos o companheiro Meneghetti para a presidência, que vem desempenhando
com galhardia essa responsabilidade que lhe conferiram os companheiros e
companheiras filiados à nossa Juventude. Sabemos do grande compromisso que nós
temos em ajudar na construção do nosso Partido. Hoje o PDT possui, em Porto
Alegre, 25 mil filiados, Presidente, é o maior Partido, em número de filiados,
na Capital. Elegemos uma Bancada de seis Vereadores. Temos, no Governo Municipal,
três Secretarias: Secretaria de Planejamento, Secretaria de Juventude,
Secretaria de Esportes. Em especial, a Secretaria de Juventude, que trabalha
com foco nas políticas públicas a serem implementadas para os jovens da nossa
Capital.
E
temos certeza de que a Juventude Socialista do PDT terá um grande e fundamental
papel no processo eleitoral que se avizinha o ano que vem. Teremos, ainda este
ano, a renovação das zonais, do Diretório Metropolitano e do Diretório Regional
do nosso Partido. E estamos imbuídos nessa luta de construção e organização
partidária, porque sabemos que é somente através dos Partidos políticos que nós
podemos modificar a realidade do nosso Estado, do nosso Município, do nosso
País.
O
Sr. Ervino Besson: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Jovem Ver. Márcio Bins Ely,
quero parabenizar V. Exª e, em seu nome, quero parabenizar toda a equipe de
jovens. Sem dúvida nenhuma, nós temos que resgatar a história do PDT, a
história do Brizola e alicerçar essa história. Onde nós podemos investir? Na
juventude. Parabéns pelo trabalho. Transmita o meu abraço, com muito carinho, a
esses grupos de jovens. Diga a eles que nós temos uma história muito bonita,
muito limpa. Esse resgate também está voltado muito para suas mãos. Em suas
mãos também, meu caro Vereador, em nossas mãos. Obrigado.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Eu
agradeço o aparte, Ver. Ervino, sempre ressaltando que o PDT é um Partido que
sempre permitiu espaço aos jovens, sempre oportunizou que nós tivéssemos uma
participação dentro das estruturas da Direção Partidária. Hoje eu faço parte da
Executiva Nacional do Partido, estou no segundo mandato, já fui
Secretário-Geral do Partido, temos aí o companheiro Rambo na Presidência do
Metropolitano, do Partido em Porto Alegre. Sabemos que são poucos os Partidos
que, inclusive, nesta Casa, elegeram jovens Vereadores ou Vereadoras; nós temos
aí o Secretário Mauro. Nós estamos desenvolvendo um trabalho focado, e com
muita intensidade, na construção de políticas públicas para o jovem, pelo que
queremos cumprimentar a Direção do nosso Partido. Está aqui o companheiro Mario
Fraga, também, que esteve lá presente, no sábado, acompanhando a nossa luta, a
nossa batalha pela organização, estruturação e coordenação dos trabalhos da
Juventude Socialista do PDT em Porto Alegre.
Quero
fazer uma convocação, também aproveitando o gancho do Vereador que me
antecedeu, para as eleições do Conselho Tutelar, sempre lembrando que votar é
um grande compromisso que nós temos, porque o voto é facultativo, e as eleições
para o Conselho Tutelar são realmente um momento muito importante, quando nós
poderemos eleger aquelas pessoas que estarão zelando e cuidando das crianças e
adolescentes da nossa Cidade.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Eu
agradeço seu aparte, Ver. Adeli, e tenho certeza de que o Governo tem um grande
compromisso com essa questão que envolve o Conselho Tutelar. Tanto é verdade,
Ver. Adeli, que, neste Governo, nós aumentamos de 40 para 50 as vagas de
Conselheiro, criando duas novas microrregiões e ampliando, inclusive, a questão
territorial que diz respeito à ação lá na ponta, lá na base dos conselheiros
tutelares, o que dá uma nova estrutura e um novo fôlego para esse trabalho.
Tenho certeza do compromisso do Governo e acredito que ainda estamos em tempo
de dar a devida divulgação a essa eleição.
Quero
dizer também que, amanhã - e convocar também aqueles que têm interesse em
conhecer o projeto alternativo às instalações do Bar Timbuca -, na Comissão do
Meio Ambiente aqui da Casa, nós estaremos tendo uma Audiência Pública para
tratar deste assunto, o Projeto que foi realizado e construído pela Secretaria
de Planejamento e pela Procuradoria do Município, que é uma alternativa ao
atual bar que está instalado na Zona Sul de Porto Alegre, no bairro Assunção. E
nós temos certeza que é um grande Projeto, um Projeto muito interessante, que
leva o bar a 500 metros para dentro do rio. Temos certeza de que, amanhã, nós
teremos um número expressivo de jovens participando também e da comunidade
local. E acreditamos que poderemos aprovar aquele Projeto, como consenso, a uma
alternativa para as atuais instalações do bar que se encontra ali no bairro
Assunção, na Zona Sul da nossa Cidade. Muito obrigado, Srª Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Elói Guimarães está com a palavra em Comunicações,
por cedência de tempo do Ver. Professor Garcia.
O
SR. ELÓI GUIMARÃES: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti - que está substituindo a Presidenta da
Casa, em virtude de ter assumido a Prefeitura Municipal a Procuradora do
Município, Dra Mercedes Rodrigues -; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, fazendo uma análise, Ver. Guilherme Barbosa, do Direito
Administrativo, concluímos que havia não uma irregularidade, mas uma lacuna
legislativa, no que respeita à ordem sucessória no Município de Porto Alegre,
porque, até então, até a Emenda de nossa autoria, que provocou a alteração, o
Prefeito ora escolhia A; ora escolhia B; ora escolhia C. Ora escolhia um Secretário;
ora escolhia outro Secretário, enfim, nas situações dos impedimentos do
Prefeito, do Vice-Prefeito e do Presidente da Câmara. Então, provocamos a
alteração orgânica, isso porque, na forma do preceito, do Direito
Administrativo e, de resto, do Direito Público, nós só podemos fazer o que a
lei determina, diferentemente do Direito Privado, onde podemos proceder naquilo
que a lei não proíbe. São dois campos do Direito com esta conotação: Direito
Público só se pode fazer o que a lei estabelece, o que a lei dispõe, o que a
lei determina. No Direito Privado, se pode fazer tudo que a lei não proíbe. É
um grande divisor. E, nesse sentido, fizemos a Emenda, colocando, na ordem
sucessória, o Chefe da Procuradoria Municipal, o Procurador-Geral do Município.
Então, o Procurador-Geral do Município, ou a Procuradora-Geral do Município -
no caso, hoje, assumiu a Dra. Mercedes Rodrigues, que é Procuradora-Geral do
Município -, assumiu, nessa ordem; impedido o Prefeito, impedido o Vice,
impedida a Presidenta da Casa, Verª Maria Celeste, foi chamada, foi convidada,
nessa ordem, a Procuradora-Geral do Município, Dra. Mercedes Rodrigues. Sobre
isso, evidentemente, a posteriori, tivemos uma polêmica com o Ver. João
Antonio Dib, fazendo os seus questionamentos. No passado, houve uma Ação Direta
de Inconstitucionalidade que resultou inexitosa; resultou inexitosa, porque
entendeu, nem poderia ser diferente, o Tribunal de Justiça do Estado do Rio
Grande do Sul que a Lei, que a alteração orgânica por nós proposta estava absolutamente
correta, era absolutamente constitucional, legal, regimental, etc. e tal.
De
qualquer forma, existe toda uma discussão, porque nós não poderíamos, vamos
dizer, continuar com esse vácuo legislativo, com esse vácuo na legislação,
quando é da natureza do Direito Administrativo, do Direito Público, exatamente,
estabelecer aquilo que o Administrador deve fazer.
Então,
nós estamos, hoje, numa situação, no nosso entender, devidamente pacificada
nesse terreno, e os atos sendo colocados na forma da ciência do Direito
Administrativo e, de resto, do Direito Público.
E,
nesse sentido, nós queremos cumprimentar, pois é uma mulher que está à frente
da Prefeitura de Porto Alegre, a Dra. Mercedes Rodrigues. Por outro lado, aqui
está, na presidência da Casa, a Verª Maristela Meneghetti, e, no Governo do
Estado, a Governadora Yeda Crusius, em plena Semana Farroupilha, quando nós,
rio-grandenses; nós, gaúchos, comemoramos toda aquela saga onde a mulher teve
papel relevantíssimo, Ver. José Ismael Heinen e Ver. Bernardino Vendruscolo. A mulher teve um
papel extremamente importante na Revolução Farroupilha. Anita Garibaldi, por
exemplo, teve um papel magnífico, extraordinário, ao lado de Giuseppe
Garibaldi; e a mulher teve papel extraordinário, embora colocado sempre à margem
do processo, mas montava cavalo e peleou de espada na mão. Há registros
importantes na história do Rio Grande, muitas vezes não levados aos livros,
esparsos fragmentos, mostrando que a mulher teve papel relevantíssimo na
Revolução Farroupilha. Então, com a justiça dos tempos, decorridos anos, mais
de séculos, estão aí no Estado, no Estado Farroupilha, no Estado Farrapos: uma
mulher na Presidência da Câmara, Maristela Meneghetti; uma mulher dirigindo a
Prefeitura Municipal de Porto Alegre, Dra. Mercedes Rodrigues,
Procuradora-Geral do Município; e a Governadora Yeda Crusius.
Vereadora
Margarete Moraes, veja que há justiça do tempo, há justiça pela história, hoje,
em plena Revolução Farroupilha, pelo que a mulher fez na Revolução Farroupilha.
Então, a nossa saudação às nossas governantes. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Muito obrigada, Ver. Elói Guimarães, pelo seu pronunciamento
em homenagem às mulheres.
O
Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Exma
Srª Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; nobres Pares; público que nos
assiste; quero continuar essas frases maravilhosas e doces, homenageando a
mulher gaúcha, do nosso grande Ver. Elói Guimarães; só que eu gostaria, Ver.
Elói Guimarães, na Semana Farroupilha, com essas “Anitas Garibaldis” que nós
temos aqui, que nós tomássemos novamente aquela decisão gaúcha, farrapa, de
trazer para o Estado do Rio Grande do Sul aquilo que lhe é tirado pelo Poder
Central, como naquela época. Os gaúchos foram à luta para buscar seus direitos
iguais; hoje estamos novamente desiguais, novamente quebrados no Estado do Rio
Grande do Sul por uma política de concentração da arrecadação econômica do
Brasil lá em Brasília. Eu lamento, lamento profundamente, porque todos os
Governadores do País, todos os Prefeitos, todos os políticos deste País estão
prostrados, ajoelhados, com chapéu na mão perante o Poder Central, para poder
fazer uma obrinha que seja na sua Cidade ou no seu Estado; não se mobilizam
para trazer de volta aquilo que é tirado, através do imposto, do povo
brasileiro. É uma vergonha! Está estampado nas revistas (mostra a revista
VEJA.), nos jornais, que 99,9% da população brasileira estava pedindo que o
Senado tomasse providências; e a providência foi ao inverso.
Agora
está em jogo uma outra coisa muito importante, sobre a qual a opinião pública
está se manifestando: é a cassação do direito de continuar essa verdadeira
extorsão de impostos em cima da população brasileira - a continuidade da CPMF
-, que não se justifica mais, de maneira nenhuma. O Governo, só este ano,
arrecadou 40 bilhões a mais; quer arrecadar 75 bilhões a mais no próximo ano.
Isso às custas do quê? Da parcela do salário do povinho brasileiro. O valor do
salário mínimo não é mais 380 reais; é 370 reais e alguma coisa, mais a CPMF;
depois, o que ele paga quando compra o seu pão - dizem que está aumentando
novamente -, seu leite, seja lá o que for. Agora, é um Governo que não faz a
lição de casa, que não poupa gasto nenhum; com aquele cartão magnético, quer
economia de segurança nacional, que ninguém presta conta. Vinte e três mil
cargos de confiança só no ano que passou; 140% de aumento para certas
categorias do funcionalismo público; quer mais 55 mil cargos para o próximo
ano. Diz que a CPMF é necessária, senão vai cortar investimentos do SUS, que
vai cortar investimentos do Bolsa Família, que vai cortar não-sei-quê.
Gente, a CPMF pode ser um imposto bem cobrado,
muito bem cobrado, mas ele tem que, no mínimo, vir em benefício dos seus
munícipes, retornar para aquele povo que contribui, vir para os Municípios e
para os Estados; no mínimo isso. O melhor é que não se cobrasse a CPMF, que
deixássemos nas mãos do povo para a mercadoria circular mais. Isto está
comprovado em estudos feitos: se a CPMF deixar de ser cobrada, os
microempresários, principalmente, fomentariam a base de um milhão de
emprego/ano. Nós precisamos o que, gente? De esmola ou de emprego? Nós
precisamos de emprego, nós precisamos de dignidade, de auto-estima para as
nossas famílias; senão, nós teremos, novamente, mais um round negativo
dessa nossa sofrida democracia, que está por um fim. O Congresso se
desmoralizando; apenas o Judiciário deu uma sobrevida, se desmoralizando,
porque se deixa ser comprado pelo Poder Central. Compram Partidos em troca de
Ministérios e cargos, compram políticos. Não precisamos de CPMF; se acabar com
a corrupção, sobram vinte vezes mais do que a CPMF recolhe. Então, eu quero dar
esse grito, nesta Semana Farroupilha, e dizer claramente: nós estamos sendo
levados para uma nova Revolução dos Farrapos, da maneira que estão nos
embretando!
(Aparte anti-regimental da Verª Maristela Maffei.)
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Não é ameaça
de golpe, não, minha amiga; é ameaça de garantia da democracia. A pior ditadura
é aquela que se esconde atrás da democracia. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A Verª
Maristela Maffei está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
A SRA. MARISTELA MAFFEI:
Cumprimentando a Srª Presidenta, legitimamente Presidenta sempre, mas, hoje,
mais do que nunca, cumprimento também a nossa primeira Prefeita, nossa querida
Margarete Moraes.
Queremos dizer que estamos extremamente felizes,
porque fizemos por merecer; não é favor nenhum. Quem está aqui é por
competência, porque galgou o seu caminho. Então, nós estamos realmente
emocionados em poder fazer esta homenagem, verdadeiramente. Verª Presidenta,
sabe como a gente descobre o elogio ou uma demagogia neste microfone? É ver a
prática das pessoas, como elas são nas suas relações internas, nos Partidos,
com as mulheres, com a vida, com a sociedade. Há coisas que são vergonhosas de
se ouvir, aqui. Ou é falta de cultura; ou é um mau-caratismo político, e não
pessoal; impressionante. Não dá para agüentar. Ora, um seguidor da USP,
“filhote” do Fernando Henrique, da Yeda Crusius, dessa Marisa Abreu, que é uma
ditadora, mal-educada,
politicamente falando, vem aqui querer dizer o que quer e não se olha no espelho!
Poupem-me, senhoras e senhores! É demais! Eu quero falar de coisas concretas.
Por exemplo: eu quero que os Prefeitos do Rio Grande do Sul me digam como é que
eles estão conseguindo governar neste Estado? Com o dinheiro da Yeda, que ela
faz isenção através do Fundopem? Indiquem um que tem que botar o joelho no
chão? Então, não foram lá na FIERGS ouvir, porque não é mais que obrigação do
Prefeito, Presidenta Maristela, não é mais que obrigação de um Presidente, só
que os outros não fizeram... E o seu, o seu tucano, Ver. Ismael Heinen, o seu
tucano é um que não tem moral para dizer nada! Um dos Partidos mais corruptos
que este País já teve, e vem aqui bancando uma situação que não é real! Esta
aqui é uma Casa de idéias, uma Casa de idéias, mas há que assumir as idéias! Eu
tenho lado, eu sou socialista, eu estou no Partido Comunista, e é assim que eu
entendo a sociedade! Agora, o cara é de extrema-direita, é do DEMO, e vem aqui
se fazer de santo, como se não tivesse nada a ver, como se fosse dar o grito do
Ipiranga, da Independência, chamando aqui os vermelhos e os brancos, como se
fosse fazer a revolução?! Cuidado com esse discurso! Esses são os mais
perigosos, porque têm saudade da caserna! Têm vontade de botar num saco e
atirar no Guaíba...! De pegar o DOPS e voltar lá e dar pau nos democratas...!
Disso eu tenho medo. Agora, do campo de idéias, eu não tenho medo, Srª
Presidenta, que é o que nós fazemos aqui, porque, no campo de ideais, tu dizes
quem tu és! Tu não te escondes atrás de uma roupa gaúcha para esconderes o que
pensas, o que não é errado, mas tens que assumir aqui, porque, senão, fica
muito fácil! Senão, nós não dizemos para a sociedade por que nós estamos aqui;
eu estou aqui, porque uma parte da sociedade me elegeu, eu não sou unânime, e
qual é o problema? Eu não gosto de Partido único! Eu acho que a democracia é a
melhor coisa que existe para poder combater e mostrar a sua origem! Isso faz
parte de um campo de idéias, mas, como eu sou uma pessoa feliz, também luto,
além de brigar pelas coisas boas e práticas.
Para
não ficar só no discurso, sobre essa questão que foi colocada aqui
anteriormente sobre o Seminário que nós realizamos neste final de semana, sobre
a questão da Lomba do Pinheiro, antes e depois do Ceitec, que é a única
indústria da América Latina, indústria de chips, por excelência, nós
tiramos lá o encaminhamento, para que nós tenhamos, em torno do Ceitec, Srª
Presidenta, um pólo tecnológico, assim como outras empresas que são instaladas
aqui, um pólo de atração tecnológica. E já estamos formatando um grupo
para demarcarmos essas áreas onde vai ser construído esse campo, essa área de
ação de equipamentos tecnológicos.
Por
último, eu gostaria de referendar aqui a fala do Ver. Márcio Bins Ely, no
sentido de que mais três Partidos estão unificados, não menosprezando o nosso
querido PT, que é um Partido de esquerda, mas que, pela sua formatação, optou
por não estar conosco neste momento - isso é legítimo, e ele é um Partido
estruturado -, e o PSB, o PCdoB e o PDT hoje estarão lançando, aqui em Porto
Alegre, o seu bloco para constituir uma plataforma nacional de Projetos, porque
do que a sociedade mais se queixa é dos Partidos que se vendem, não têm
plataforma, não têm uma linha vertical ou horizontal para se definirem, e é
isso que nós estamos fazendo. Então, eu acho importante essa forma de política,
para que a gente possa ocupar, neste cenário, neste momento, o espaço de um
bloco que tem a sua linha vertical definida e possa contribuir cada vez mais
para um projeto de soberania, em apoio ao que nós já começamos com o Governo
Lula no Governo Federal. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Verª Maristela Maffei.
Passamos
à
(05 oradores/05 minutos/com aparte)
1ª SESSÃO
PROC.
Nº 5007/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 163/07, de autoria do
Ver. Elói Guimarães, que denomina Praça Jorge Salim Allem o logradouro público
não-cadastrado, conhecido como Praça 3012 – Loteamento
Verdes Campos -, localizado no bairro Mário Quintana. (Este
projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar
será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
PROC.
Nº 6275/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 185/07, de autoria do
Ver. Mario Fraga, que denomina Rua Eva Pinto o logradouro público
não-cadastrado, conhecido como Rua 7058 – Loteamento Hípica Boulevard.
(Este projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais
tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da
Câmara.)
PROC.
Nº 3559/06 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 150/06, de autoria do
Ver. Claudio Sebenelo, que assegura aos professores da rede pública municipal de
ensino o direito ao pagamento de 50% (cinqüenta por cento) do valor cobrado
para o ingresso em atividades culturais organizadas ou patrocinadas pelo
Município de Porto Alegre.
PROC.
Nº 3520/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 104/07, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que
dispõe sobre o processo de escolha dos conselheiros tutelares do Município de
Porto Alegre e dá outras providências. Com Substitutivo nº 01.
PROC.
Nº 6189/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 182/07, de autoria do
Ver. João Carlos Nedel, que denomina Rua Lóris José Isatto o logradouro não-cadastrado,
conhecido como Rua J – Vila Nova Santa Rosa -, localizado no bairro Rubem
Berta. (Este projeto com parecer favorável das Comissões
Permanentes pelas quais tramitar será considerado aprovado, salvo requerimento
de 1/6 dos membros da Câmara.)
PROC.
Nº 6265/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 184/07, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, que
concede o título honorífico de Cidadã de Porto Alegre à Drª Themis Reverbel da
Silveira.
2ª SESSÃO
PROC.
Nº 6535/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 190/07, de autoria da
Mesa Diretora, que revoga o parágrafo único do art. 1º da Lei nº 7.055, de
28 de maio de 1992; e art. 5º - A da Lei nº 7.855, de 25 de setembro de 1996, e
alterações posteriores; o § 2º do art. 2º da Lei nº 8.065, de 13 de novembro de
1997; o parágrafo único do art. 4º da Lei nº 8.118, de 5 de janeiro de 1998,
alterada pela Lei nº 8.197, de 22 de julho de 1998; o art. 3º da Lei nº 8.167,
de 28 de maio de 1998; o parágrafo único do art. 1º da Lei nº 8.888, de 8 de
abril de 2002; o art. 3º da Lei nº 8.982, de 13 de setembro de 2002; o
parágrafo único do art. 1º da Lei nº 9.034, de 10 de dezembro de 2002; o
parágrafo único do art. 1º da Lei nº 9.354, de 31 de dezembro de 2003; o
parágrafo único do art. 1º da Lei nº 9.429, de 16 de abril de 2004; e o
parágrafo único do art. 1º da Lei nº 9.460, de 10 de maio de 2004; que
instituem Sessões Solenes na Câmara Municipal de Porto Alegre.
PROC.
Nº 6536/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 076/07, de autoria da Mesa Diretora,
que revoga o parágrafo
único do art. 1º da Resolução nº 654, de 27 de setembro de 1974; o art. 7º da
Resolução nº 829, de 14 de dezembro de 1984; o parágrafo único do art. 1º da
Resolução nº 1.386, de 27 de agosto de 1998; e as Resoluções nos 1.437,
de 28 de outubro de 1999; 1.668, de 25 de novembro de 2002; 1.866, de 23 de
novembro de 2004; e 1.901, de 25 de maio de 2005; que instituem Sessões Solenes
e Sessão Especial da Câmara Municipal de Porto Alegre.
3ª SESSÃO
PROC.
Nº 5072/06 - PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO LEGISLATIVO Nº 028/06, de autoria do Ver. João Bosco Vaz, que
altera o art. 36 e acrescenta inc. IX no art. 87 da Lei Complementar nº 12, de
7 de janeiro de 1975, e alterações posteriores, que institui posturas para o
Município de Porto Alegre e dá outras providências, incluindo a utilização de
carro de som no rol de anúncios de propaganda.
PROC.
Nº 5605/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 175/07, de autoria do Ver. Mario Fraga, que
denomina Rua Arno Lorenz o logradouro público não-cadastrado, conhecido como
Rua 7056 – Loteamento Hípica Boulevard. (Este
projeto com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar
será considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
PROC.
Nº 5735/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 072/07, de autoria do Ver. Adeli Sell,
que concede o troféu
Honra ao Mérito ao Senhor Antônio Cesa Longo.
PROC.
Nº 5860/07 - PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 178/07, de autoria do
Ver. Aldacir Oliboni, que denomina Rua Erocy Bianchi Marchisio o logradouro
não-cadastrado, conhecido como Travessa Dois – Presídio -, localizado no bairro
Coronel Aparício Borges. (Este projeto
com parecer favorável das Comissões Permanentes pelas quais tramitar será
considerado aprovado, salvo requerimento de 1/6 dos membros da Câmara.)
PROC.
Nº 6001/07 - PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 075/07, de autoria do Ver. Adeli Sell,
que concede o Prêmio de
Educação Thereza Noronha à Fundação Projeto Pescar.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Adeli Sell está com a palavra para discutir a Pauta.
O
SR. ADELI SELL: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; colegas Vereadores e Vereadoras, eu
tenho a honra de abrir os debates sobre os Projetos em Pauta. Eu tenho debatido
com alguns Vereadores, aqui, no sentido de que não é o número de Projetos que
conta. É bom que haja muitos Projetos, até porque muitos talvez poderiam não
ser aceitos. Aqui há alguns, por exemplo, assim.
Mais
uma vez, na quinzena em que há uma campanha na Cidade para escolher os
Conselheiros Tutelares, numa legislação recentemente aprovada, vem aqui o PLL
nº 104/07, que dispõe sobre o processo de escolha dos Conselheiros Tutelares. Mas
nós estamos escolhendo os Conselheiros Tutelares com base numa Lei que acabamos
de aprovar! Se o Vereador perdeu, deveria ter se mobilizado mais e melhor.
Há pouco, foi cobrado, inclusive educadamente, que
deveríamos exigir a mais ampla divulgação das datas e locais, até porque
mudaram. O que querem agora é que se faça concurso para eleger Conselheiro
Tutelar? Mas o Conselho, exatamente um órgão, como o nome diz, e que tem
funções, que tem especificações e não são servidores públicos... Então fazem
confusão; aqui neste Projeto, se misturam alhos com bugalhos, mas, se você fala
contra alguns Projetos... Eu não tenho nenhum problema no sentido de que um
Vereador discorde dos meus Projetos; eu tive recentemente um Projeto importante
sobre o qual houve, duas ou três vezes ,Tribuna Popular, as entidades mais
representativas do setor de Odontologia foram favoráveis, e o Prefeito vetou a
matéria! Faz parte da democracia não aprovar Projetos! Faz parte da democracia
vetar Projetos, mesmo que seja o nosso! Agora este projeto vem,
oportunísticamente, na quinzena em que estamos discutindo o Conselho Tutelar. É
a busca desenfreada de vitrine, é por isso que, muitas vezes, temos problemas
com a imprensa, porque fica claro que se trata de pura pirotecnia! Pura
piroctenia! Não tem nenhum cabimento, não tem nenhuma função esse Projeto, ele
é descabido, fora de contexto, mas vem aqui para haver vitrine, porque está na
quinzena da eleição do Conselho Tutelar.
Do mesmo Vereador: assegura a professores da Rede
Pública Municipal de Ensino o direito de pagamento de 50% do valor cobrado para
ingresso em atividades culturais organizadas ou patrocinadas pelo Município.
Ora, temos que pagar bem os professores do Estado e do Município, até porque um
professor do Município ganha mais que um professor do Estado! Então, trata-se
de um problema de justiça; deveríamos dizer que são os professores do Estado
que ganham um terço do que ganham os professores do Município. Mais um Projeto
para aparecer, para fazer demagogia. Isso é inaceitável! Por isso é que nós
estamos perdendo a credibilidade!
O Sr. Mario Fraga: V. Exª permite
um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Vereador, mas só para falar neste
Projeto de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, e já mostrei a minha
inconformidade com este Projeto, Ver. Adeli, no item 10, que pede que o
Conselheiro Tutelar tenha curso superior. Eu acho isso uma barbaridade, e
queria dizer aqui que nós, por termos exigido o curso de 1º Grau, já tiramos
uma pessoa que V. Exª conhece, o Sr. Jorge Oliveira, da Monte Cristo, que cuida
exatamente das crianças. Ele não pode fazer a prova porque não tem o 1º Grau.
Obrigado, pelo aparte, Vereador.
O SR. ADELI SELL: Eu agradeço,
porque nós temos que fazer o verdadeiro debate. Eu disse aqui, quando nós
aprovamos, que, inclusive, eu recuei de várias posições que tinha para que nós
pudéssemos ter uma eleição melhor do que a eleição passada e que essa ainda não
será perfeita - longe de ser perfeita! Isso está cheio de problemas! Mas nós
temos que divulgar amplamente essa questão. Então, o Vereador, em vez de pegar
o seu boletim eletrônico, fazer o seu esforço, divulgar que tem eleição, ele
vem simplesmente acusar que nós estamos fazendo campanha! Eu não faço campanha
para candidato A, B, C ou D, mas eu faço campanha para que as pessoas votem,
antes de mais nada, apesar de eu ter direito a ter meu candidato! Mas isto aqui
é um absurdo total e absoluto, é de quem está fora da realidade de Porto
Alegre, e depois se queixam que a Câmara Municipal é criticada. Há coisas das
quais a Câmara não poderia ser criticada, e, às vezes, sinceramente, eu fico
atordoado, mas, afinal de contas, não vou me atordoar por tão pouca coisa.
Obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver.
Adeli Sell.
O Ver. Guilherme Barbosa está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. GUILHERME BARBOSA: Srª Verª
Maristela Meneghetti; colegas Vereadoras e Vereadores; demais pessoas que nos
acompanham, na relação dos Projetos do debate preliminar de Pauta, esse, sem
dúvida, de autoria do Ver. Claudio Sebenelo, é o que tem um potencial de
polêmica, de debate grande, com certeza. Eu estava, há pouco, lendo o Projeto e
pensei achar uma idéia, uma proposta na redação que o Ver. Sebenelo chegou a
expressar desta tribuna, quando nós estávamos ainda no primeiro semestre,
discutindo as regras para esse pleito do próximo dia 30. Mas não aparece, aqui
no Projeto, o Substitutivo do Vereador. É uma idéia que, confesso, embora,
muitas vezes, tenha bastante diferença com o Ver. Claudio Sebenelo, comecei a
pensar com certo cuidado, refletindo sobre ela, embora, neste momento, seja uma
posição que esteja ainda amadurecendo, uma idéia individual deste Vereador, que
é a possibilidade de que, no futuro, nós, eleitores, venhamos a votar apenas e
exclusivamente em um candidato. Hoje é uma alternativa que o eleitor tem; ele
pode votar em um, dois, até cinco candidatos. Ao votar apenas e obrigatoriamente
em um dos candidatos, nós estaríamos dificultando alguns esquemas que existem
em alguns setores religiosos e em alguns outros setores organizados, que montam
uma chapa inteira, trabalham com ela e, às vezes, quase que impõem o voto.
Então, essa idéia de votar em apenas um candidato
desmontaria essa possibilidade de uma organização extra-eleitor, tentando
eleger os cinco Conselheiros de uma mesma região. Mas, surpreendentemente, a proposta não aparece
aqui no Projeto Substitutivo do Ver. Claudio Sebenelo.
Em segundo lugar, eu não sou expert em
redação de processo legislativo, mas, lendo agora, me assustei, porque me
parece que há uma forma não-adequada, digamos assim - e vou com cuidado, porque
não sou especialista, repito -, na forma de escrever uma lei, Ver. Bernardino
Vendrusculo. Por exemplo, o art. 7º do Projeto diz (Lê.): “A Lei nº 7.394, de
28 de dezembro de 1993, passa a vigorar com a seguinte redação”, e aí localiza
só o art. 1º daquela outra Lei citada, a nº 7.394. Mas, escrevendo desse jeito,
na verdade, ele reduziu a Lei nº 7.394 a um artigo só. Então, eu acho que não
está bem redigido.
Na seqüência, também não gosto da exigência de que
os conselheiros sejam todos de nível universitário. E, vejam bem, este Vereador
que lhes fala fez uma proposta, aqui desta tribuna, quando estávamos discutindo
as regras para essa eleição, de que houvesse a exigência de uma redação por
parte dos candidatos. Poderia ser um parágrafo, uma pequena redação, porque é
preciso, no trabalho cotidiano dos conselheiros tutelares, que eles redijam uma
petição ao Juiz, um relatório de uma ouvida que executam, e assim por diante.
Mas isso infelizmente não passou. Então, eu, que acho que é preciso ter
capacidade de redação, não concordo com essa exigência ao extremo, de que todos
eles sejam de nível universitário, de 3º Grau, como se diz. A qualidade, a
competência do conselheiro não está ligada exatamente ao nível da escolaridade,
mas está ligada, sim, à capacidade de expressão, a conhecer o Estatuto da
Criança e do Adolescente e, claro, à capacidade do trabalho adequado com as
nossas crianças e nossos adolescentes.
Então, acho que é um projeto de muita polêmica. Já
foi abordada aqui a questão da oportunidade de se estar apresentando o Projeto.
Não vou entrar nisso, mas, em relação ao conteúdo, eu gostaria de deixar essas
observações. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Claudio
Sebenelo está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) Desiste.
O Ver. José Ismael Heinen está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. JOSÉ ISMAEL HEINEN: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, não consegui falar, nos outros dias, a respeito deste mês de
setembro, quando que a Cidade se movimenta na escolha dos conselheiros
tutelares, uma festa cívica e democrática; democrática, como tem que ser o
processo. Por isso eu venho tecer certos comentários a respeito do Projeto do
nobre colega Ver. Claudio Sebenelo.
Quero cumprimentá-lo pela disposição de mudar o
critério de avaliação democrática na escolha dos conselheiros tutelares das
Regiões de Porto Alegre. Só não posso concordar em dois pontos fundamentais em
que o Projeto dele se baseia. Um deles é a necessidade de diplomação em curso
superior, porque afronta os direitos dos cidadãos de Porto Alegre. Se nós
queremos uma democracia, se queremos ser democratas, temos que pensar na
integralidade dos direitos do cidadão brasileiro, e não de grupos
privilegiados, detentores de diplomas. Nós vamos separar em castas este nosso
País? Se o nosso Presidente da República não tem curso superior, vamos querer
que aquele que faz o trabalho comunitário, que se dispõe a ir lá buscar os
desafios dos nossos menores, tenha diploma de curso superior? Eu acho que esse
não é um ponto positivo do seu Projeto.
O outro ponto fundamental é que tira o exercício
mais expressivo da democracia, que é o voto. Eu acho que a eleição do Conselho
Tutelar é benéfica para o processo democrático do nosso País, altamente
benéfica. Tem que ser escolhido, sim, através do voto, para que a sociedade se
manifeste, assim como eu gostaria que os membros do Supremo Tribunal Federal
fossem escolhidos pela manifestação do povo brasileiro, e não por certo
Presidente que pertence a um Partido político. Isso é o que dá autenticidade à
escolha de qualquer país democrata deste mundo.
O que eu reivindicaria, o que eu gostaria que fosse
apreciado é o fato de não votarmos em cinco candidatos, mas em um candidato.
Por que elegermos uma patota? Não, vamos cada um dar o seu voto, e os cinco
mais votados, com certeza, serão os representantes, os fiscais tutelares
daquela Região. Essa é a proporcionalidade de uma democracia, essa é a
proporcionalidade que nós precisamos buscar, com a qual nós vamos corrigir, em
muito, a escolha dos Conselheiros Tutelares da nossa Cidade. Os resultados do
trabalho deles têm que ser mais práticos, mais evidentes, e, se forem votados
democraticamente, na proporcionalidade, o povo poderá, com certeza, cobrar esse
trabalho, o que faz parte de um dos itens importantes daqueles que se dizem
democratas e defendem a democracia que eu defendo, sim, Srª Presidenta e nobres
Vereadores. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver.
Sebastião Melo está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.)
O Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para
discutir a Pauta.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, há vários Projetos hoje aqui, e eu estava ouvindo os colegas
fazerem o debate relacionado, principalmente, ao tema dos Conselhos Tutelares.
O Ver. Sebenelo apresenta dois Projetos. Um
assegura aos professores da rede pública municipal de ensino o direito ao
pagamento de 50% do valor cobrado para ingresso em atividades culturais
organizadas ou patrocinadas pelo Município de Porto Alegre; o outro dispõe
sobre o processo de escolha dos Conselheiros Tutelares do Município de Porto
Alegre e dá outras providências - esse faz um conjunto de regramentos. No meu
ponto de vista, a Lei que discutimos e aprovamos aqui, este ano, em conjunto
com o Conselho Municipal, é uma lei que constituiu um avanço. Ele está
garantido nessas eleições, porque o processo que está havendo neste momento, de
os candidatos terem que comprovar sua idoneidade com o tema da criança e do
adolescente, é uma conquista, bem como realizar uma prova para eles poderem
comprovar, perante uma banca, que têm condições, e, por último, o voto, o
reconhecimento da comunidade. Portanto, creio que o Projeto do Ver. Claudio
Sebenelo já apresenta uma demasia em
querer trazer a dimensão para o nível superior, na lógica de que a
superioridade em relação ao trato com a cidadania parece que se forma só na
escola, só na universidade, ou seja, só nos bancos escolares, e isso não é
verdade. Porto Alegre tem uma característica instituída na nossa gestão, que é
o conjunto de organizações não-governamentais e de creches que trabalham com a
criança, conveniadas com o Município, que têm trazido resultados excelentes
para a política municipal, e essas pessoas se qualificam inclusive para serem
candidatas a conselheiros ou conselheiros tutelares, como é o caso de dezenas
de candidatos, hoje, que têm o trabalho comprometido com a sociedade.
Vereador
Adeli Sell, nosso Líder, que trouxe à tona uma discussão polêmica sobre o tema,
nós acabamos de aprovar uma Legislação, e agora temos que moldá-la, verificar
como ela se apresenta neste momento, o resultado dessas eleições, a primeira
gestão da sua aplicação. Nós não precisamos reformar essa Legislação agora.
Portanto, Ver. Sebenelo, peço que o senhor até retire o seu Projeto, neste
momento, para verificarmos o amadurecimento da Lei que aprovamos este ano e que
ainda não foi colocada em prática.
E
sobre o segundo tema, que é disponibilizar aos professores do Município 50% da
Receita arrecadada do valor cobrado para o ingresso em atividades culturais
organizadas ou patrocinadas pelo Município, eu creio que também esse dinheiro
não deve ser direcionado para pessoas, mas, sim, Verª Margarete Moraes, para
aquele trabalho que a senhora iniciou muito bem nesta Cidade, que é a
descentralização da Cultura. Se nós direcionarmos o recurso para alguns
profissionais, porque são da Educação, nós estaremos desviando o recurso que é para
reinvestir na Cultura, na sua descentralização. E, para os professores - e,
nesse sentido, cumprimento os funcionários do DMAE que estão aqui com a mesma
pauta, que é equiparação salarial, garantia dos ganhos, garantia dos benefícios
-, temos que trabalhar com essa mesma agenda e garantir que, através da Lei
salarial, o repasse do direito ganho por eles, do trabalho desenvolvido, seja
garantido. Se há poucos dias esta Casa aprovou uma legislação para os
fazendários, dando-lhes atribuições financeiras pelo trabalho desenvolvido,
acabou criando uma jurisprudência. Portanto, isso pode ser estendido aos
professores, aos funcionários do DMAE que aqui estão, e a tantos outros. Essa é
a discussão que nós temos que fazer. Muito obrigado, Srª Presidenta.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Márcio Bins Ely está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Exma Srª Presidente, Maristela
Meneghetti; na pessoa de Vossa Excelência, eu quero cumprimentar as demais
Vereadoras, os demais Vereadores desta Casa, o público que nos assiste nas
galerias, pela TVCâmara; em especial, os servidores do DMAE, que, hoje, se
fazem presentes aqui na Casa; a Srª Noraci de Oliveira, Presidente da
Associação de Moradores da Vila Planalto; o Sr. Hugo; senhoras e senhores.
Eu
venho a esta tribuna, na tarde de hoje, em período de Pauta, debater sobre um
tema tão importante para a nossa Cidade, que é o Conselho Tutelar, pois o Ver.
Sebenelo apresenta um Projeto de Lei que justamente dispõe sobre o processo de
escolha dos Conselheiros Tutelares no Município de Porto Alegre, e, através do
Projeto, ele sugere algumas alterações. No próximo dia 30 de setembro, nós
teremos uma importante eleição que renovará os Conselheiros e as Conselheiras
Tutelares na nossa Capital, e nós sabemos da grande responsabilidade que têm
esses atores do conjunto do Poder Executivo da nossa Cidade, os quais estão
vinculados à causa da criança e do adolescente nesse órgão específico e
autônomo que é o Conselho Tutelar. E também sabemos do esforço que foi
construído, neste Governo, para que se ampliasse o número de Conselheiros na
nossa Cidade, fazendo com que nós tenhamos 50 Conselheiros Tutelares divididos,
territorialmente, em duas outras novas microrregiões. Isso nós dá a certeza de
que existe um grande compromisso, por parte do Governo Fogaça, de fortalecer
esse trabalho que é realizado com muita responsabilidade por aqueles que são
detentores do mandato de Conselheiros Tutelares. Eles são eleitos pelas suas comunidades,
ou seja, eles têm o voto de confiança das suas comunidades, para zelar pelas
crianças e pelos adolescentes, territorialmente, numa determinada microrregião
da Cidade. Na realidade, nós sabemos que esse processo eleitoral tem diferentes
formas, nas mais variadas capitais do nosso País. Inclusive a proposta do Ver.
Claudio Sebenelo é que se institua um concurso para esse tipo de atividade. Eu,
particularmente, entendo, na linha daqueles que me antecederam, que talvez
realmente nós tivéssemos que “bolar” um sistema em que cada conselheiro tutelar
concorresse a partir do seu trabalho, da sua trajetória, daquilo que acumulou
ao longo da sua experiência de vida, do resultado que teve na prova, enfim, que
aquele candidato tivesse a condição de candidato exclusivo, e não compondo uma
chapa com outros quatro ou cinco candidatos, porque, aí, nós permitiremos,
talvez, uma distorção, e nós poderemos, inclusive, permitir que alguma pessoa
se sobressaia em função da votação dos demais. Em realidade, talvez, uma eleição
singular - como é a eleição de Vereador - pudesse dar mais equilíbrio a essa
disputa, porque algumas estruturas, Ver. Mario Fraga, talvez, às vezes,
vinculadas até aos próprios Partidos políticos ou vinculadas a alguma igreja,
podem centrar foco num grupo de cinco e acabar se sobressaindo a outros
candidatos avulsos. Então, nós teríamos que buscar uma alternativa, e, quem
sabe, através do debate em torno deste Projeto, nós possamos construir uma nova
alternativa a respeito desse tema.
O
Sr. Mario Fraga: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado, Ver. Márcio Bins Ely,
representando a nossa Bancada. Sobre este Projeto do Ver. Claudio Sebenelo, eu
venho para falar que sou totalmente contra o curso superior para esse cargo. E
até volto a falar aqui com V. Exª, que tem curso superior, e este Vereador não
tem curso superior - pelas dificuldades que passei, não consegui terminar o
curso superior. E volto a afirmar - Ver. Márcio Bins Ely, V. Exª, que conhece a
nossa região - que o Sr. Jorge Oliveira, que agora, nesse Conselho Tutelar -
por ser exigido o curso de Ensino Fundamental -, que cuida das crianças, não
pôde realizar o concurso. Então, é uma infelicidade do Vereador, neste momento,
colocar que, para cuidar das crianças, é necessário o curso superior. Muito
obrigado; sou grato pelo aparte.
O
SR. MÁRCIO BINS ELY: Eu
quero agradecer pelas suas palavras, Ver. Mario Fraga, e, inclusive,
complementar que o Jorge já foi Conselheiro Tutelar, e agora ele está impedido
de concorrer nesse pleito em função de não ter a graduação mínima exigida.
Então, eu acho que é oportuno que nós possamos ter na Casa esse debate, ver de
que maneira nós podemos fortalecer esse órgão importante. Existe muita cobrança
da sociedade a respeito do zelo das crianças, nós ainda temos muito problema de
prostituição infantil, nós temos muito problema de abuso, muitas crianças fora
da escola, muitas crianças nas sinaleiras, nós precisamos enfrentar com muita
coragem, mas também com ações efetivas, através de políticas públicas que
possam dar uma esperança para as futuras gerações da nossa Cidade. Tenho
certeza de que esse órgão, o Conselho Tutelar, é um órgão de apoio às famílias,
ao Planejamento Familiar, enfim, com todas as funções que estão atribuídas ao
Conselho Tutelar: o zelo, as cobranças que são necessárias. Tenho certeza de
que, ampliando o número de conselheiros e ampliando o número de microrregiões,
nós vamos ter uma conseqüência e uma qualidade melhor daqui para frente; quem
sabe, através da discussão em torno do debate do Projeto do Ver. Sebenelo, nós
possamos aperfeiçoar ainda mais esse órgão tão importante, que é o Conselho
Tutelar, que zela pelas crianças e adolescentes da nossa Cidade. Muito
obrigado, Srª Presidente.
(Não
revisado pelo orador.)
O
SR. ALCEU BRASINHA: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores; senhores e senhoras, que momento, Ver. Mario Fraga, principalmente
para nós que freqüentamos o estádio Olímpico nas arquibancadas - não nas
cadeiras. Ontem foi a verdadeira emoção, já vista, de nós, realmente,
demonstrarmos que somos muito bons em futebol, mesmo sabendo a dor que os
irmãos colorados estão passando. Respeito esses amigos, esses Vereadores
colorados que estão aqui também, mas sabemos que aqui há Vereadores gremistas.
Principalmente esses amigos e Vereadores que estão, lá, juntos com a torcida do
Grêmio, torcendo, lá na Geral do Grêmio, onde encontrei também o Ver. Mario
Fraga. Ontem nós vivemos momentos muito felizes por ver aquele verdadeiro
massacre para cima dos irmãos colorados. Quero dizer, Ver. Mario Fraga, que não
tem espetáculo, não tem show tão bonito, tão emocionante como o futebol.
O futebol aglomera gente de todos os lados, pessoas de todas as idades, desde o
menino mais novo ao cidadão mais velho, com 100, 110 anos, enfim. Acho que o
Ver. Haroldo de Souza vai falar aqui, hoje, do espetáculo que ele narrou ontem;
foi um privilégio para nós, gaúchos, ter tido esta tamanha emoção: o Grêmio e o
Inter jogando!
(Aparte
anti-regimental.)
O
SR. ALCEU BRASINHA: Com
certeza, Vereador. Quero dizer que não estou vendo nenhum clube gaúcho na nossa
frente, e acho que quem está mais perto de ocupar um lugar na Libertadores,
mais uma vez, é o nosso time do coração, que aglomera multidões!
Falar
do Grêmio é um espetáculo à parte, e essa vitória deve ser dedicada ao
aniversário do Grêmio; no dia 15 ele completou 104 anos! Por isso, a vitória
teve um sabor mais especial ainda, Ver. Todeschini, Verª Margarete Moraes, que
também é uma “gremistona”; Ver. Adeli, que também vai ao estádio, que, com o
seu chapéu tradicional, também está lá - isso é muito importante.
Mas
tudo isso passou, a alegria passou, a emoção passou; agora vamos pensar para
frente, vamos também olhar para a nossa Cidade, Cidade que tanto precisa de
investidor, tanto precisa de empresas e de empregos. Mas a gente tem que olhar
também para os pequenos, os pequenos empresários, de pequeno porte. Quando se
instala uma grande empresa ao lado da pequena, ela quebra a pequena. E quem vai
amparar o pequeno quando o grande quebra o pequeno? Ninguém! Eu quero dizer que
não concordo com o Carrefour, com o Big instalarem-se em todos os cantos de Porto Alegre,
empresas grandes, quebrando os irmãos pequenos, que dão muitos empregos. E,
ali, nessa empresa pequena, há cidadãos que trabalham; no mínimo, sustentam a
família, têm filho, filha. E aí, meus amigos, vem o grande e acaba com o
trabalho do pequeno. Eu acho que está na hora de nós, Vereadores, também
pensarmos nos pequenos, e pensar muito, porque ser empresário é difícil, é
quase impossível se manter atrás de um balcão.
Quando se instala um grande supermercado, quebra o
minimercado, quebra o açougue, quebra a oficina, quebra tudo ao redor do
supermercado grande.
Então, acho que temos que pensar muito bem quando
esses grandes vêm se instalar e deixam os pequenos “a ver navios”. Não podemos
pensar assim.
Também quero dizer que, no dia 27, o Prefeito
Fogaça completa mil dias de Governo, Ver. Mario Fraga. Isso é muito importante.
Acho que está na hora de o Prefeito começar a mostrar onde estão sendo feitas
as obras, porque há muitas obras. E muita gente, até agora, não conseguiu
enxergar, não conseguiu sequer olhar. Então, vamos mostrar. Eu propus ao
Prefeito Fogaça que mostre, no dia 27, as obras realizadas nos mil dias de
Governo Fogaça, e também o que fez, em mil dias, o Ver. Brasinha e os outros Vereadores
que se elegeram pela primeira vez.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Haroldo
de Souza está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. HAROLDO DE SOUZA: DD.
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; amigos Vereadores, Vereadoras; amigos do
DMAE que aqui se encontram para acompanhar o Projeto que será votado na
quarta-feira, que é o Plano Classificado de Cargos dos Funcionários do DMAE.
Quarta-feira, estaremos aqui para discutir esse Projeto, que é de importância
para os funcionários do DMAE, e duas Emendas também estarão sendo discutidas,
não é mesmo, Ver. Nereu D’Avila, que também dá o seu apoio?
Só
queria lembrar, rapidinho, antes de entrar no assunto que me traz hoje, aqui,
que a situação do Renan não é assim tão gostosa, não, porque o Supremo Tribunal
pode enquadrá-lo, o inquérito pode investigar a origem do seu dinheiro - o
Superior Tribunal Federal, não o grupo de Senadores em sala fechada, com voto
secreto. Não, a conversa é mais embaixo, é com o STF. E, aí, ele tem uma pena
que pode dar 20 anos de cadeia. Claro, imagina o Renan Calheiros 20 anos na
cadeia! Não tira dois! Mas, pelos menos, a gente fica na ilusão, não pode ficar
por aí.
Mas
hoje, pela manhã, eu estava indo levar o meu filho ao Colégio Rosário e ouvi
uma notícia. Eu não bebo mais, todos sabem; antes, eu bebia alguma coisa.
Então, eu não sabia direito, de manhã cedo, como estava a coisa. Agora eu sou
um homem sóbrio, e soube que o glorioso Exército Nacional - uma pena que o Ver.
Ismael Heinen não está aqui agora, porque defende o Exército, e eu também o
defendo, gosto muito - teria comprado 3 milhões de reais em chicletes! Mas o
que o Exército Nacional vai fazer com tantos chicletes? Numa boa! Será que é o
chiclete do Ronaldinho, alguma trama? Não sei, o Exército Nacional comprar três
milhões de reais em chicletes é para me enlouquecer! Mas eles não vão conseguir
me enlouquecer. Será que eles vão fazer uma bolha enorme, grandona, todo mundo
soprar de uma vez só o chiclete? Não sei. Aí teria dito o Comando do Exército
que os chicletes eram para a saúde bucal dos homens da caserna. Mas, segundo me
consta, o chiclete não é recomendável para a saúde bucal. Ao contrário. Então,
eu fiquei na expectativa, às seis e meia da manhã de hoje, quando ouvi essa
notícia, que eu estivesse ainda dormindo e que apenas fosse um sonho, porque,
não, já bastam os civis fazendo as coisas completamente erradas, Ver. Adeli
Sell; e aí, vem o Exército comprando 3 milhões de reais em chicletes! Aí já é
uma coisa assim que não dá para gente entender. Não sei o que vou fazer, não
sei como a gente pode fazer, como a gente pode agir, se realmente, no País,
isso acabar sendo verdade.
Agora,
o mensalão não é de Brasília: o
mensalão é mineiro, nasceu em Minas Gerais. Mas, claro, Marco Aurélio, Banco de
Minas Gerais, tudo muito bonitinho. Zé Dirceu, que queria dar o asilo político
para aquele russo ordinário que está escondido na Inglaterra. Mas o que é isso?
Então, se tudo tivesse dado certo para José Dirceu e para a cambada do PT... E,
quando digo cambada do PT, eu gostaria que os meus amigos do PT do Rio Grande
do Sul entendessem que não é para eles! Não é, não é mesmo! Agora, a cambada do
PT: José Dirceu, Aloísio Mercadante, essa corriola toda aí, escudada pelo Lula...
Porque quem ganhou mais com a vergonha da semana passada foi, na realidade, o
Lula, porque o preço é a CPMF, sendo aprovados 36 milhões de reais para
garantir esse mexe-mexe até 2010.
Eu
queria tocar no assunto do Gre-Nal, pois eu tive duas experiências, ontem,
terríveis, e vou ser rápido. Quando eu cheguei ao Estádio Olímpico, ali no
pórtico, estourou uma confusão com os torcedores e a Brigada Militar. Eu tinha
que entrar para trabalhar; abrindo os portões, eu entrei; quando entrei, os
torcedores aproveitaram e entraram em debandada, cem, duzentos, trezentos,
todos correndo atrás do carro do “magrão”, só que eles passaram na frente do
carro, e a Brigada veio atrás. Então, eu fiquei no meio e vi como é coisa feia
quando o “bicho pega". Eu não sei de onde eles tiram tanto pedaço de pau,
tanta pedra, tanto tijolo.
Terminado
o jogo, estou, na Av. Érico Veríssimo, pensando “com os meus botões”, dentro do
meu carro, e há uma caminhonete parada do lado; e, na janela, garotos de 13,
14, 15 anos. E eu não falei nada para eles. Eles falaram da minha mulher. Aí,
eu respondi: “Oh, rapaz, o que é isso, e tal?” E eles disseram: “Ah, o que é
isso? o senhor está brabo, é?”. Um guri que não tem mais do que 14 anos abaixa,
dentro do carro, e volta com um isqueiro e uma bomba de um palmo. “E agora o
senhor anda com o carro, que nós vamos jogar dentro do seu carro”. Espera aí...
Eu
quero deixar aqui, neste Plenário, uma pergunta aos senhores pais: vocês sabem,
realmente, de que maneira os seus filhos saem para o Estádio Olímpico ou para o
Estádio Beira-Rio - o que eles levam no bolso, o que eles consomem lá? Eles
queimam fumo só o suficiente para ficar “numa boa”? Ou queimam fumo para sair
dando “porrada”?! Eles enchem a cara onde? Senhor pai que está me assistindo
agora, ou a senhora mãe, vocês sabem realmente com quem andam os seus filhos?
Porque não é possível! Da vida dos meus filhos eu sei, até daquele que tem 44
anos de idade, eu sei o que ele faz. Imagine se eu não vou saber desse que tem
14 anos. Agora, você vai para o estádio e encontra a juventude, 11, 12, 13, 14,
15, 16, 17 anos, fazendo absolutamente bem o que entendem fazer em termos de
uso de drogas, de tomar o trago e, daí, sair na pancada. Como eles entram no
estádio com bombas, decididamente eu não sei, é um mistério. A revista da
Brigada Militar é realmente pesada; agora, como surgem aquelas bombas, é uma
incógnita. Futebol aqui: uns tristes, outros felizes, é o mundo do Gre-Nal, mas
os bastidores do Gre-Nal estão-me assustando muito, porque são jovens, a construção
do amanhã, são os homens de amanhã que estão fazendo essas badernas pelas ruas.
É a nossa juventude, e isso preocupa, e muito. Obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver. Haroldo.
O
Ver. Adeli Sell está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O
SR. ADELI SELL: Srª
Presidenta, Srs. Vereadores, Sras Vereadoras, já foi dito aqui, e
vou repetir: como a Prefeitura não está fazendo o seu papel, façamos nós.
No
dia 30 de setembro, haverá eleições para os Conselhos Tutelares.
Tudo
é difícil na Prefeitura, mas nós conseguimos uma boa conquista: com muita
pressão, a EPTC, a SMAM e o Sr. Prefeito fizeram uma reunião conosco, na semana
passada, e teremos, neste sábado, como no resto do mundo, a “Jornada na Cidade
sem meu Carro”, que é uma grande batalha na luta contra o aquecimento global,
pelo uso do transporte coletivo, pela boa caminhada, pela bicicletada. (Mostra
cartaz.)
Não
posso deixar de falar do meu Governo - do nosso Governo, Ver. Todeschini, Verª
Margarete Moraes, Ver. Guilherme Barbosa -, e foi exatamente o Ver. Guilherme
Barbosa que me alcançou, há pouco, um dado que faço questão de aqui mencionar,
que é o rendimento médio mensal, real, dos trabalhadores no período que vai de
1996 - e quem era governo naquela época? Fernando Henrique Cardoso - a 2006;
portanto, até o nosso Governo, o Governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
Eis
a figura, um processo decrescente de ganho real e um crescimento; ainda que
queiramos mais, um trabalhador precisa mais, mas há um crescimento real e
substantivo dos salários durante o Governo de Luiz Inácio Lula da Silva.
(Mostra gráfico.)
Também
quero lembrar que Fernando Henrique Cardoso deixou este País com juros de 26%;
hoje, estamos com juros um pouquinho acima dos 10%, e queremos, e estamos
lutando para isso, que ele fique abaixo dos dois dígitos.
Inflação
controlada, em torno de 4%, e nós precisamos, sim, fazer o que está sendo
feito, essa expansão de escolas técnicas, para que as pessoas possam acessar o
necessário mercado de trabalho, e este está a exigir maior qualificação técnica
e profissional, porque a nossa Economia está crescendo. Cresce a nossa
Economia, e queremos, também, fazer com que a agroindústria, deste País,
evolua, porque nós não queremos apenas exportar comodities, nós queremos
um processo de transformação, e, quando o nosso Presidente viaja e discute o
etanol, é importante para o nosso País.
Eu
vou repetir, aqui, o que eu já disse há dias, quando aprovamos a Moção de
Repúdio, unânime, sobre o caso da absolvição Renan, mas, não contente com isso,
por exemplo, um jornalista disse que eu fui hipócrita. Eu quero dizer que nunca
fui hipócrita em política; eu tenho uma história, e todo mundo conhece a minha
história. Nós temos ética na política, e não precisamos do palpite de ninguém,
seja quem for, com todo o respeito. Eu tenho que marcar isso aqui, porque é
intolerável o que esse jornalista falou, mas ele tem o seu meio de comunicação,
e, como não me dá o espaço, eu vou usar este espaço, aqui; inclusive eu vou ver
o que fazer.
Digo
mais: nós estamos aqui, Ver. João Dib, para cobrar coisas importantes da
Prefeitura Municipal de Porto Alegre: nós queremos a prestação de contas do
ProJovem. Eu fiz os cálculos, Vereadores e Vereadoras, e foram gastos mais de
11 mil reais para um cursinho, de meses, dos que foram formados, ou ditos
formados, pelo ProJovem; é o curso com o gasto maior do mundo que eu já vi com
a educação para o trabalho! Isto já seria, no caso, motivo suficiente para
abrir uma CPI nesta Casa. Eu espero que o Governo e a base do Governo respondam
o que está sendo feito com o dinheiro do Governo Federal, porque entra nas
burras da Prefeitura muito dinheiro; 11 mil reais para formar uma pessoa,
durante quatro ou cinco meses. E tem mais: as senhoras e os senhores sabem qual
a instituição que ganhou a licitação? Pois eu direi na próxima oportunidade.
Não perderão por esperar o próximo capítulo da Secretaria da Juventude, em
Porto Alegre, e o ProJovem - es-cân-da-lo-so!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para uma
Comunicação de Líder.
O
SR. JOÃO ANTONIO DIB: Senhora
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras, Srs.
Vereadores, a minha terra, Vacaria, está, pela segunda vez, no comando da
Prefeitura de Porto Alegre. A primeira vez, eu tive a honra de ser Prefeito
desta Cidade; e hoje eu tenho, para a satisfação, como vacariano que sou, de
ver a minha conterrânea Mercedes Rodrigues assumindo a Prefeitura, exercendo o
cargo de Prefeito da Cidade, ainda que apenas por dois dias. É claro que
coincidências estranhas: Prefeito, Vice-Prefeito e Presidente da Câmara viajam
todos no mesmo dia; eu até não sei por que a Presidenta da Câmara viajou, mas
viajou. Agora, o que eu sei certo e me aborrece mesmo é que nós fazemos muitos
Projetos de Lei, muitas Leis nesta Casa, mas as importantes nós não votamos,
sempre aparece alguém para fazer uma manobra e retira. Então, eu apresentei por
vários anos - em 2003, 2004, 2005, 2006 e 2007 - o Projeto de alteração da Lei
Orgânica, em que o Prefeito seria substituído, no seu impedimento e no
impedimento do Vice-Prefeito, pelo Presidente da Câmara. Eu sugeri, então, que,
se não pudesse o Presidente, fosse o 1º
Vice, o 2º Vice, até o 1º Secretário; fiz uma Emenda retirando os outros
dois integrantes da Mesa. A Casa não pode votar, curiosamente, não é? Estranho
que não possa votar um Projeto de Lei até para dizer “não”. Eu não estou
dizendo que votem e aprovem o que eu propus, mas o que eu propus é correto e
lógico! Porque o Projeto que foi aprovado aqui, que o Procurador exerça a
Prefeitura, foi absolutamente equivocado; ele não foi aprovado do Plenário, ele
foi aprovado lá na Comissão de Justiça, numa emenda de redação, emenda de
redação que não tinha; um verbo que não existia foi colocado. Então, eu tenho
todas as restrições. Poderiam dizer que eu estava errado, eu não me incomodo;
incomoda-me que seja procrastinado; entra na Ordem do Dia, eu peço adiamento
para atender as pessoas que têm interesse, atendo. Duas Sessões que eu pedi
passaram; eu acho que deveria estar na Ordem do Dia, mas não está. E eu não vou
à reunião das Lideranças e da Mesa porque eu me aborreço, acertam coisas lá, e,
quando eu chego aqui, não é mais aquilo. Eu só conheço o certo e o errado;
palavra ou falta de palavra, eu não sei fazer diferente. Então, hoje eu fico
satisfeito, porque Vacaria está lá, mas a Procuradoria do Município tem de
zelar pelo cumprimento das Leis Municipais, e o Regimento desta Casa é uma
Resolução com força de lei, que não foi respeitado, quando votaram aqui, na
Comissão de Constituição e Justiça, a Emenda de Redação; não foi respeitado. O
Desembargador que relatou o processo disse que, na legislação Municipal, não
havia nada sobre o interstício de dez dias. Ele se equivocou, porque se faz
tantas leis neste País, que nem os Desembargadores são capazes de saber que
havia, sim, uma lei clara, precisa e concisa, dizendo que tinha que ter dez
dias de interstício entre uma votação e outra - este foi um dos erros
apontados. Dois Desembargadores viram que havia problema, sim; que não se faria
uma entrada na Justiça por uma coisa que, aparentemente, não tinha “nem pé, nem
cabeça”. Não. Foi muito bem estudado, muito bem apresentado. Mas a Procuradoria
não procurou defender os interesses do Município - o Município é o Legislativo
e o Executivo. Agora, no dia em que eu quis votar a Emenda, discutir a Emenda,
veio toda a Procuradoria; eu nunca tinha visto tanto Procurador de uma vez só;
estavam todos aqui, todos querendo me mostrar que eu estaria errado, e eles
certos. Não! Eles estavam errados, eles não leram a Lei, por isso não deveriam
nunca ter me mostrado os documentos que me mostraram, que são imprecisos,
errados e um monte de coisas mais.
Por falar em Procuradoria, o Ver. Todeschini me
mostrou aqui, agora, uma licitação sobre a Condição de Emergência: dois milhões
de reais na SMOV. Fui à Justiça contra o Prefeito Raul Pont, porque ele não
decretou urgência nem calamidade e contratou gente. Bom, em primeira instância,
ele foi punido com oito meses e dez dias de cadeia; em segunda instância, até
fiquei satisfeito que ele tinha ganho, porque até não tinha culpa, mas tinha
que fazer contra alguém. Agora, também não vi o Decreto de Emergência nem de
Calamidade Pública; também quero ver isto aí. Também não vejo ninguém do
Governo, aqui, para me dizer se está certo, se está errado, se estou sozinho no
que estou dizendo, mas quero ver as coisas com clareza.
Volto a dizer que só há dois caminhos: o certo e o
errado. Por isso o Congresso Nacional está naquilo que está: cada um defende o
seu cantinho, a sua vantagem, esquecendo que estão lá para representar o povo.
Eu não estou me auto-representando aqui, estou falando, porque muita gente
acreditou em mim, e me trouxeram para cá por nove vezes. Quero que as coisas
sejam certas, porque não adianta vir aqui, no dia 1º de janeiro, a cada quatro
anos, jurar que vou cumprir a Lei Orgânica e a Constituição; depois não cumpro.
Então, tenho que realmente brigar, me incomodar. Eu não deveria perder o meu
tempo, porque não vejo ressonância naquilo que eu falo aqui. Olhem os lugares
vazios aí, para nós sabermos se tem alguém para me contestar. Se tiver, se me
orientarem, eu sou muito humilde para aceitar, se eu estiver errado. Mas, se eu
não estiver errado, eu vou continuar com as minhas convicções. Eu vou lutar; eu
quero a verdade, eu quero a verdade, eu quero a verdade! Saúde e Paz!
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti.) O Ver. Claudio
Sebenelo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. CLAUDIO SEBENELO: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores, neste País em que a
ignorância tomou um lugar importante nos instamentos de decisão da República e
que, muitas vezes, o incentivo a essa ignorância tem se confundido com um
populismo demagógico, muitas vezes comprometedor, e seus efeitos vistos em
momentos da Administração Federal, em que o despreparo e, especialmente, o
desconhecimento, fazem com que as conseqüências sejam catastróficas para o
País, nós presenciamos, nesta Casa, um dos episódios deprimentes desta
Legislatura, que foi a chegada da proposta do Sr. Prefeito José Fogaça,
modificando as condições de escolha do Conselho Tutelar.
Nós achamos que está na hora de se mudar a forma de
escolha, conforme diz a Lei Federal, do Conselho Tutelar, e a proposta deste Vereador é que, ao
invés de eleição, se faça a escolha por concurso público, transparente, dando
às pessoas capacitadas com diploma de curso superior, correspondente às áreas
de cuidado das crianças. E eu dou como exemplo a Pedagogia, a Psiquiatria, a
Pediatria, e tantas outras atividades voltadas para a área do cuidado infantil.
Nós propomos este concurso em substituição à eleição, anexando ao Requerimento
a explicação de motivos. A Audiência Pública que teve nesta Câmara, convocada e
presidida pela nossa Presidente, Verª Maria Celeste, Presidente da Comissão,
sobre o processo eleitoral, referente à última escolha feita para o Conselho
Tutelar, houve todas as deturpações, tornaram-se tão aberrantes as eleições,
que, no fim, Ver. Mario Fraga, na hora da apuração, até apagão houve e alteração dos resultados, inclusive do processo
eleitoral. E isso está dentro do Processo, está dito, gravado e documentado.
Por
isso nós achamos que as questões de competências, as questões de conhecimento,
num País onde se elogia tanto a ignorância e se despreza tanto o conhecimento,
nós achamos que o que liberta o ser humano é o conhecimento, e jamais a
ignorância.
Por
isso nós queremos que as pessoas estejam preparadas para alguma coisa tão
delicada, numa Cidade que, historicamente, sempre tratou mal as suas crianças,
e tratou tão mal as suas crianças, que admitiu, inclusive, um processo
eleitoral do Conselho Tutelar totalmente deturpado, totalmente ilegal,
totalmente ilegítimo, com todas as fraudes, desde a inscrição até o dia final,
quando houve até transporte de eleitores numa situação em que não se é obrigado
a votar, e isso fez com que Porto Alegre tivesse que curtir uma vergonha imensa
num processo que foi, no mínimo, abastardado pelos Partidos e pelos políticos
da época.
Por
isso nós queremos pedir que esta Casa aceite essa transformação, porque foram
lembrados e já estão colocados os conselheiros tutelares, Ver. Luiz Braz; nós
já sabemos quais são os que vão se eleger, quais são os Partidos que vão
subsidiar esses conselheiros tutelares. Estão resolvidos os problemas do
Partido dos políticos que vão ser apoiados pelos conselheiros e dos próprios
conselheiros. Só que esqueceram do fator principal, que é a criança. Se não
modificarmos isso, vamos continuar tendo um Conselho Tutelar que, muitas vezes,
pode agir adequadamente, mas deixa muito a desejar na cidade de Porto Alegre,
como sempre deixou a desejar a forma como se trata a criança nesta Cidade.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver. Mario Fraga está com a palavra para uma Comunicação
de Líder.
O
SR. MARIO FRAGA: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores; público que nos assiste pela TVCâmara; demais pessoas presentes nas
galerias, venho a esta tribuna falar no tempo do PDT, Partido Democrático
Trabalhista, e vou começar pelo que o Ver. Claudio Sebenelo terminou de falar.
Com alguma coisa que o Ver. Claudio Sebenelo falou aqui, das últimas eleições
para o Conselho Tutelar, eu concordo plenamente, sobre as igrejinhas, sobre os Partidos
políticos e sobre as suas nominatas. Mas, Ver. Claudio Sebenelo, parece que V.
Exª coloca que, tendo curso superior, se resolveria tudo. É só nesse momento
que eu discordo de Vossa Excelência, mas a gente vai dialogar mais adiante, e
talvez, nesse diálogo, a gente aprimore o Conselho Tutelar para a nossa Cidade,
porque o que importa mesmo são as nossas crianças.
E
venho também a esta tribuna, pelo PDT, porque sou Vice-Líder do PDT e Vice-Líder do
Governo, e o Ver. Adeli tocou no assunto do ProJovem, da Secretaria da
Juventude, que, para nossa satisfação, está com o nosso colega licenciado, Ver.
Mauro Zacher. Quase 95% dos recursos do ProJovem, Ver. Adeli, V. Exª sabe, são
recursos federais, vindos de Brasília, do Governo Lula, e que temos aplicado
nos quatro cantos da Cidade. É ruim para nós, Ver. Adeli, vir aqui criticar por
criticar uma coisa que, de um jeito ou outro, está dando certo. Estamos com a
Secretaria há dois anos, e, até o ano passado, já foram formados 800 jovens,
que terminaram seu Segundo Grau e receberam aquela ajuda federal. Ou seja, se
tivéssemos beneficiado 100 jovens, já teríamos cumprido a nossa obrigação, mas
foi muito mais, já passamos de mil jovens que se formaram pelo ProJovem, e o
Ver. Adeli vem aqui e joga para cima que há irregularidades no ProJovem. O Ver.
Mauro Zacher já esteve várias vezes nesta Casa...
O Ver. Adeli falou em uma licitação de 11 mil
reais. Ora, nada contra, mas, ainda há pouco, estávamos falando numa licitação
justa - o DMAE e a SMOV já deram resposta aqui, através do PTB -, que é uma
dispensa de licitação de dois milhões, que também existe nesta Cidade, neste
Governo, existiu no Governo passado e existirá no Governo futuro, pois a
dispensa de licitação é lícita; por isso existe em Lei.
Quero deixar aqui o nosso registro e a nossa
tristeza pelo Ver. Adeli Sell - e tenho o maior respeito por seu trabalho nesta
Cidade - ter vindo a esta tribuna sem dado nenhum, sem uma folha, sem um
comprovante, acusar o Secretário Mauro Zacher. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): O Ver.
Professor Garcia está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PROFESSOR GARCIA: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Sras Vereadoras e Srs.
Vereadores, hoje, o Ver. Carlos Todeschini falou a respeito do DMAE; tivemos a
oportunidade de fazer uma intervenção, e vou ler agora o Ofício que o
Diretor-Geral do DMAE enviou ao Sr. José Francisco Mallmann, Secretário de
Segurança Pública do Estado do RS. (Lê.) “Ofício DG nº 476/07, datado em 6 de
setembro de 2007. Sr. Secretário, informamos que, em atuação deste Departamento
nas Vilas Ipê e São Borja, Zona Norte de Porto Alegre, nossos funcionários
foram intimidados por moradores da respectiva comunidade enquanto realizavam
levantamento cadastral da área. Em contato com a representante da Vila, fomos
informados que policiais estariam utilizando uniformes do DMAE nas ações por
eles realizadas no local, o que tem ocasionado problemas ao Departamento e a
seus servidores. Em outra oportunidade, já tínhamos sido informados de que, na
Vila Chácara da Fumaça, policiais também estariam utilizando coletes com a
inscrição DMAE e veículos com adesivos semelhantes ao deste Departamento. Ao
nosso ver, tais atos precisam ser apurados, e, se contatada a veracidade dos
fatos, que sejam adotadas as medidas necessárias, para que não mais ocorram.
Atenciosamente, Flávio Ferreira Presser, Diretor-Geral do DMAE.’”
Este ofício foi protocolado com o nº 4.266, da
Secretaria de Segurança Pública.
Então, retorno a dizer que o DMAE não teve nenhuma
participação nesse aspecto. Tão logo o Diretor Flávio Presser soube, adotou
essa atitude - tirarei cópia do Ofício e entregarei para cada um dos Srs.
Vereadores, para verem que há preocupação do DMAE. Foi um ato indevido e de
forma abusiva por parte da Secretaria de Segurança Pública. O que nós podemos
fazer é pedir informações por parte da Secretaria de Segurança Pública do
Estado, para saber por que tomaram tal atitude. Agora, o que nós não podemos
aceitar - e eu não sei se foi isso, Ver. Carlos Todeschini; se não for,
gostaria, depois, que V. Exª me corrigisse - é que parece que, pelo tom, foi o
DMAE que teria emprestado o colete, ou permitido. Não. O Secretário jamais
soube, não admite e não vai admitir tais atitudes. E é por isso que tomou essa
atitude junto ao Secretário de Segurança, porque isso intimida. E o que é que
ocorre? Faz com que os funcionários, ao fazerem essa leitura nessas vilas,
fiquem constrangidos por essas atitudes. Ou seja, a Polícia Civil vai ter de
encontrar uma outra fórmula para tomar as suas atitudes, não colocando em risco
a vida dos trabalhadores que, de uma hora para outra, lá nas comunidades
carentes, não sabem se é policial ou se realmente estão fazendo a leitura. Eu
volto a dizer que o Diretor Flávio Presser teve esse cuidado e zelo para com os
seus funcionários, porque jamais permitiria uma atitude dessas.
Então, eu venho, de público, trazer a resposta do
Secretário, e eu acho que, com isso, fica explicado o fato. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Obrigada, Ver.
Professor Garcia.
Havendo quórum
passamos à
Em votação o Requerimento de autoria das Lideranças
da Casa, para a apreciação das seguintes matérias constantes na Ordem do Dia:
em primeiro lugar, o Requerimento s/nº, da COSMAM; logo após, o Requerimento nº
111/07; e, após, os seguintes Projetos: PLCE n° 009/06, PLE n° 010/07 e PLE n°
001/06. (Pausa.)
O
SR. ALDACIR OLIBONI (Requerimento): Srª
Presidenta, nós tínhamos acordado, pela manhã, essa ordem de votação, mas, como
não temos ainda o retorno da Líder do Governo, Verª Clênia Maranhão, sobre o
PLCE nº 009/06, sugiro que este passe para o final da Pauta de hoje, até
ela chegar ao plenário, para ver se há consenso.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Então, fica a seguinte ordem de votação: o Requerimento
s/nº, da COSMAM; o Requerimento nº 111/07 e os seguintes projetos: PLE n°
010/07, PLE n° 001/06 e o PLCE n° 009/06. (Pausa.)
O
SR. ADELI SELL: Gostaria
de passar a V. Exª o Ofício que eu recebi da Secretaria-Geral da Presidência da
República, com os dados oficiais do ProJovem. Se a Mesa achar conveniente, como
houve uma solicitação de um Vereador, posso disponibilizar essa cópia aos Srs.
Vereadores.
A
SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Recebemos de imediato e agradecemos, Ver. Adeli Sell.
O
Ver. Luiz Braz está com a palavra para encaminhar a votação do Requerimento da
ordem de votação para o dia de hoje.
O
SR. LUIZ BRAZ: Srª
Presidenta, Verª Maristela Meneghetti; Srs. Vereadores, Sras
Vereadoras, é evidente que nós todos somos convocados para uma reunião às
segundas-feiras, no Gabinete da Presidência ou no Salão Nobre da Presidência,
para escolher a Ordem do Dia da semana. Fazemos isso todas as semanas; muitas
vezes, podemos comparecer; outras vezes, não. Os Partidos grandes têm mais
possibilidade de comparecer, porque têm mais Vereadores, e assim fica mais
facilitada a tarefa de comparecimento a essas reuniões. Às vezes, nós, que
temos apenas dois Vereadores, temos dificuldade no comparecimento.
Eu
acho que, a respeito deste Requerimento que indica as funcionárias Rosa
Harzheim e Maria Isabel Balado Gamallo, respectivamente titular e suplente, na
representação deste Legislativo, junto ao Conselho Municipal de Saúde, assunto
que a gente tem votado aqui, de vez em quando, fazendo indicações de
funcionários para representar esta Casa junto aos Conselhos, e, hoje, aqui,
junto ao Conselho Municipal de Saúde, nós teríamos que ter, pelo menos, algumas
informações a mais sobre essas pessoas que vão ser as nossas representantes,
porque, às vezes, Verª Neuza, essas representantes vão para os Conselhos para
fazer um jogo político. Acho que esse fato é absolutamente normal, mas eu
acredito que isso tem que ser muito bem negociado com a Casa, porque, senão,
vai acontecer um desequilíbrio muito grande. Eu não sou contrário a que a
funcionária pertença a esse ou aquele Partido, mas eu acho que tem que haver
uma negociação geral com a Casa, antes de nós votarmos esses Requerimentos,
para que não façamos aqui discussões até mesmo desnecessárias com relação a
essas indicações. Então, eu pediria que fosse dado um tempo, para que nós
pudéssemos fazer uma verificação das qualificações e até das filiações
partidárias das funcionárias que estão sendo aqui indicadas, para que nós
possamos votar, quem sabe, na Sessão de quarta-feira, esses nomes aí, então,
com maior conhecimento. Eu pediria que esse Requerimento fosse retirado hoje
deste roteiro normal de votações que está aqui sendo indicado, porque eu, pelo
menos, não tenho ainda os conhecimentos necessários para votá-lo, isso sem
prejuízo ou detrimento de nenhum dos nomes aqui indicados, mas, pelo menos,
para que nós todos, não apenas este Vereador, possamos ter as informações
necessárias para fazer a votação. Assim eu pediria que, por favor, o referido
Requerimento pudesse ser afastado do nosso roteiro de votação de hoje.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): Em votação o
acordo feito pelas Lideranças da Casa para a apreciação das seguintes matérias
constantes da Ordem do Dia: Requerimento
nº 111/07; PLE nº 001/06; PLE nº 010/07; PLCE nº 009/06...
O
SR. LUIZ BRAZ: Mas eu
faço destaque do Requerimento s/nº, Srª Presidenta.
A
SRA PRESIDENTA (Maristela Meneghetti): A votação do Requerimento s/nº, que consta no espelho, será
postergada para quarta-feira. (Pausa.) Então, recapitulando: votaremos agora o
acordo para que sejam apreciadas as seguintes matérias constantes da Ordem do
Dia: Requerimento nº 111/07; PLE nº 001/06; PLE nº 010/07 e PLCE nº 009/06.
(Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
(A
Verª Neuza Canabarro reassume a presidência dos trabalhos.)
(encaminhamento:
autor e bancadas/05 minutos/sem aparte)
REQ. Nº 111/07 – (Proc. Nº
6760/07 – Ver. Alceu Brasinha) – requer
a realização de Sessão Solene no dia 23 de outubro de 2007, às 17 horas,
destinada a assinalar o transcurso do 35º aniversário da Universidade Luterana
do Brasil – ULBRA. (incluído em 13-09-07)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Em
votação o Requerimento nº 111/07, de autoria do Ver. Alceu Brasinha. (Pausa.)
Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO pela
unanimidade dos presentes.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC.
Nº 0844/06 - PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 001/06, que autoriza a alienação do imóvel sito
no Bairro Passo da Areia, na Av. João Wallig nº 1555, matrícula nº 80895 do
Registro de Imóveis da 4ª Zona de Porto Alegre, e dá outras providências.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Almerindo Filho: pela inexistência de óbice de natureza jurídica para a
tramitação do Projeto;
- da CEFOR. Relator
Ver. Professor Garcia: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. José Ismael Heinen: pela aprovação do Projeto;
- da COSMAM.
Relator Ver. Márcio Bins Ely: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82, § 1º, VIII, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 17-09-07.
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Em
discussão o PLE nº 001/06. (Pausa.) O Ver. Adeli Sell está com a palavra para
discutir o PLE nº 001/06.
O
SR. ADELI SELL: Verª
Neuza Canabarro, nós estamos tratando de um Processo que entrou aqui muito
recentemente, em abril deste ano, assinado pelo Prefeito Fogaça, e é bom que a
gente saiba do que se trata, porque é uma área relativamente grande, de 21 mil
metros quadrados, que está situada a 25,
15 metros da esquina da Rua 15 do Conjunto Residencial Egydio Hervê,
onde faz divisa com a propriedade de matrícula nº 66.190, com uma extensão de
150 metros. O Projeto diz (Lê.): “Estes imóveis serão destinados ao cumprimento
do disposto no art. 1º do Ato das Disposições Orgânicas Gerais e Transitórias
da Lei Orgânica do Município de Porto Alegre, nos termos da Lei Complementar nº
242, de 09 de janeiro de 1991.”
Na
Exposição de Motivos, o Prefeito diz (Lê.): “O problema fundiário e
habitacional é de difícil avaliação nas grandes cidades brasileiras, quer pela
sistematização dos vários trabalhos já elaborados ou ainda pela necessidade de
permanente monitoramento. A existência de habitações ocupando ilegalmente áreas
públicas, de loteamentos irregulares, de cortiços, de moradias em situação de
risco e de habitações em zonas periféricas se configura como situações de
segregação na Cidade.”
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Ver.
Adeli Sell, nós estávamos colocando em discussão o segundo Projeto, que seria o
Projeto de Lei do Executivo, que é o de nº 001/06, não esse que V. Exª está
discutindo. Esse seria o terceiro.
O
SR. ADELI SELL: Então,
eu pedi o PLE nº 010/07, e foi colocado outro.
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Esse
será o próximo.
O SR. ADELI
SELL: Eu gostaria, então, de pedir desculpas, e gostaria que me fosse
alcançado o Projeto, pois vou me inscrever em seguida, já que o Projeto tem o
mesmo teor que o anterior.
A SRA.
PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Nós aguardamos, Vereador. (Pausa.)
O SR. ADELI
SELL: Bom, esse Projeto também autoriza a alienação do imóvel, também no
bairro Passo da Areia, na Av. João Wallig, nº 1.555. O Projeto diz que fica o
Departamento Municipal de Água e Esgotos, o DMAE, autarquia, autorizado a
alienar, na forma do art. nº 12 da Lei n° 8.666/93 - a Lei de Licitações -, o
imóvel de seu patrimônio, avaliado, em agosto de 2005, pelo preço de 581 mil e
500 reais. Um terreno interno, lotado a todo maior, sob o número tal da Av.
João Wallig, de configuração irregular, com uma superfície de 1.400 metros quadrados
e 87 centésimos. Esse terreno fará frente à projetada segunda pista da Av. João
Wallig, ao oeste, e fica entestado com as terras do Country Club. Na verdade,
esse é um terreno, como está dito aqui, do DMAE, e nós, evidentemente, achamos
que, como ali há uma área de ocupação, esse terreno efetivamente possa ser
vendido.
Como a avaliação foi feita em 2005, esta Liderança,
em nome do seu Partido, gostaria de acertar com o Ver. Mario Fraga o
acompanhamento do processo de licitação. Não haverá uma mudança tão
substantiva, porque, de 2005 a 2007, a inflação foi baixa, mas seria importante
que a Liderança do Governo pudesse - como eu acho que deve fazer - colocar isso
para todos os Vereadores, para que a gente possa acompanhar. Mesmo que o
terreno não tenha um valor tão grande, ele faz parte do patrimônio público, e
nós, aqui, estamos zelando exatamente pelo patrimônio público. E, como ali é
uma área de ocupação antiga, esperamos que isso ajude na questão habitacional
da região. Portanto, nesse sentido, tem o nosso aval. No entanto, gostaríamos
de acompanhar pari passu esse processo. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza
Canabarro): Obrigada, Ver. Adeli Sell.
Em votação o
PLE nº 001/06. (Pausa.) Não há quem queira encaminhar. Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam sentados. (Pausa.)
APROVADO.
(discussão: todos os
Vereadores/05minutos/com aparte;
encaminhamento: bancadas/05 minutos/sem
aparte)
PROC. Nº 1852/07 -
PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 010/07,
que autoriza o Município de Porto Alegre a desafetar da destinação de uso comum
do povo próprio municipal para fins de regularização fundiária, através de
concessão de Direito Real de Uso.
Pareceres:
- da CCJ. Relator
Ver. Bernardino Vendruscolo: pela inexistência de óbice de natureza jurídica
para a tramitação do Projeto;
- da CEFOR.
Relatora Verª Maristela Meneghetti: pela aprovação do Projeto;
- da CUTHAB.
Relator Ver. Sebastião Melo: pela aprovação do Projeto;
- da CEDECONDH.
Relator Ver. João Carlos Nedel: pela aprovação do Projeto;
- da COSMAM.
Relator Ver. Elias Vidal: pela aprovação do Projeto.
Observações:
-
para aprovação, voto favorável da maioria absoluta dos membros da CMPA - art.
82, § 1º, VII, da LOM;
- incluído na Ordem do Dia em 17-09-07.
A SRA. PRESIDENTA (Neuza
Canabarro): Em discussão o PLE nº 010/07. (Pausa.) O Ver.
Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 010/07.
O SR. CARLOS
COMASSETTO: Srª Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Srs.
Vereadores; Sras Vereadoras; senhores e senhoras, este Projeto que
vem hoje à Câmara para buscar a desafetação de uma área de 21 mil metros
quadrados, ou seja, dois hectares... (Pausa.) Verª Neuza, por obséquio, é o
Projeto sobre desafetação que está em discussão?
A SRA. PRESIDENTA (Neuza
Canabarro): Exatamente.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Portanto, Ver.
João Antonio Dib, estou correto.
A SRA. PRESIDENTA (Neuza
Canabarro): Absolutamente correto.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Muito
obrigado, Verª Neuza Canabarro.
Essa área cuja desafetação está sendo proposta é
uma área já ocupada há muito tempo, de propriedade do Município, que se
localiza atrás da Cefer - Cefer 1, Cefer 2, Av. Antônio de Carvalho. Essa
comunidade, que é denominada comunidade da Boa Vista, é uma das 725 comunidades
irregulares que temos em Porto Alegre. Porém, a nossa Câmara não está
avançando, estamos utilizando um instrumento ultrapassado, que é a Concessão
Real de Uso para fins de moradia. O Estatuto da Cidade já balizou, já
determinou, já orientou que, a partir, inclusive, de 2001, os Municípios
deveriam constituir a concessão do uso especial para fins de moradia, que é
completamente diferente da concessão do uso especial para fins de moradia (sic).
Portanto, eu vou votar favoravelmente, porque é uma desafetação. Agora, na
nossa Câmara, nós não estamos avançando em qualificar a nossa legislação sobre
um novo ordenamento jurídico brasileiro, que é o Estatuto da Cidade, uma das
prerrogativas que a Lei Federal, aprovada em julho de 2001, orientou que todos
Municípios realizem: a concessão do uso especial para fins de moradia.
Portanto, estamos aprovando aqui uma legislação que ainda está desenquadrada
juridicamente na Lei Maior.
A Srª Sofia Cavedon: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Comassetto, eu quero
concordar com V. Exª, porque, inclusive, aquela é uma comunidade já instituída
há muito tempo. Quer dizer, não vai se estabelecer para eles o Direito Real de
Uso. Eles têm moradias consolidadas, é uma comunidade que engloba a Vila Ipê,
que lutou sete anos por essa desafetação, e estão numa grande expectativa pela
sua regularização fundiária. O Conselheiro da região, Sr. Nelson, esteve aqui e
acompanhou todas as Comissões. No sábado, estive lá, em função da Escola Érico
Veríssimo, que, igual à situação de todas as escolas estaduais, vive um drama
de falta de recursos, e estava mobilizando a comunidade. De fato, a comunidade
é muito pobre, muito carente, lutadora. Acho que nós temos que aprovar, mas,
com certeza, tens razão na observação que fazes: ali não cabe Direito Real de
Uso; ali cabe uma concessão para regularização de uma comunidade já há muito
tempo consolidada.
O SR. CARLOS COMASSETTO: Portanto, Verª
Sofia, temos acordo em 100% da sua fala. Digo mais, Verª Margarete Moraes: a
discussão que fizemos na Comissão de Direitos Humanos, sobre a escola pública que ali se
instala, a Escola Gema Belia, a conquista daquela área, que vai atender
justamente a população da Região... Fica no alto do morro essa comunidade, que
já está instalada ali há muito tempo, a Comunidade da Boa Vista. Temos debatido
isso na Região, Ver. Todeschini, Verª Maria Luiza; temos feito esse debate
constantemente lá. Votaremos favoravelmente, mas quero voltar a dizer aqui que
o instrumento que nós estamos aprovando não é o instrumento qualificado para o
avanço do ordenamento jurídico de Porto Alegre em relação ao ordenamento
jurídico territorial brasileiro. Inclusive, digo mais: pela Lei Federal, todos
os Municípios têm até dezembro para qualificar as suas legislações municipais,
para poderem receber os recursos, inclusive, do Governo Federal. E aí o que é
que entra? O Conselho Municipal das Cidades, o Fundo Municipal para Habitação
de Prioridade Popular, entram todos esses instrumentos. Ver. Luiz Braz, que tem
debatido muito comigo sobre esses instrumentos, nós precisamos dar o
entendimento legal - e temos Projetos de vários de nós, desta Casa: tem o
Projeto do Ver. Carrion e tem um Projeto de minha autoria, que já está pronto
para ser votado nesta Casa, que garante que todas essas desafetações já fiquem
enquadradas conforme o Estatuto da Cidade.
Portanto,
Ver. Adeli Sell, independente de nós estarmos no Plano Diretor, eu estou
propondo que o nosso Projeto já entre em discussão nesta Casa. Se vamos levá-la
para o Plano Diretor ou não, Ver. Sebastião Melo... Em discussões que temos
feito, o Projeto orienta e aponta, de imediato, para que, das 70 vilas
irregulares de Porto Alegre, que estão em cima de áreas publicas municipais, o
Município possa, de uma vez por todas, fazer o seu enquadramento legal e
jurídico, sem precisar que nós venhamos a fazer as desafetações uma a uma. O
Município fará o trabalho urbanístico? Fará. Mas esse avanço nós precisamos
ter, bem como, agora, na revisão do Plano Diretor, nós precisamos olhar a periferia
da Cidade, fazer o enquadramento legal de todas essas áreas, que nós sabemos
que poderão ser Áreas Especiais de Interesse Social, e já gravarmos. Verª
Neuza, este Projeto que estamos discutindo hoje, V. Exª sabe há quantos anos
ele está tramitando para chegar aqui na Câmara, para darmos um regime de
Concessão Especial? Dez anos. Esse processo está tramitando há dez anos! Qual
era o grande entrave que ele tinha? Não tinha um ordenamento jurídico nacional.
A partir do Estatuto da Cidade, passou a ter um ordenamento jurídico nacional que dá o
suporte “guarda-chuva” da legislação.
Nós, no Município, precisamos avançar, precisamos
enquadrar essa legislação. E a primeira revisão que estaremos fazendo do Plano
Diretor, após o Estatuto da Cidade, é agora. Portanto, este Projeto serve de
exemplo para nós, porque como é que vamos atingir, Ver. Guilherme, as 723 vilas
irregulares? Se fizermos desafetação de sete por ano, nós levaremos cem anos
fazendo a desafetação para atingir a totalidade. Não, nós não podemos aceitar
essa agenda.
Para concluir, este é um dos nossos temas
prioritários na Revisão do Plano Diretor; nós votaremos favorável, mesmo este
Projeto estando desorientado no padrão jurídico nacional, conforme determina o
Estatuto da Cidade. Muito obrigado.
(Não revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): O Ver. Luiz
Braz está com a palavra para discutir o PLE nº 010/07.
O SR. LUIZ BRAZ: Verª Neuza Canabarro, na
presidência dos trabalhos; Srs. Vereadores; Sras Vereadoras;
senhoras e senhores, uma das coisas que mais estraga o Parlamento é a vaidade
dos seus membros. Um Vereador ou um Deputado diz assim: olha, para regrar isto,
para regulamentar isto, tem que ser a minha lei, aquilo que eu dei origem,
porque, se não for assim, não vale. Ora, nós estamos aqui no momento em que
vamos iniciar a Revisão do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano. Nessa
Revisão está prevista, Ver. Sebastião Melo, exatamente uma adaptação do
Estatuto da Cidade, o nosso Plano Diretor vai ser adaptado com relação àquelas
regras do Estatuto da Cidade, mas não significa que os instrumentos do Estatuto
da Cidade vão inibir os instrumentos que nós temos dentro do nosso Plano
Diretor. Aqueles que não entrarem em choque um com o outro vão poder subsistir.
E eu acredito que esse instituto do Direito Real de
Uso, modificado agora - não aquele antigo que foi utilizado durante muito tempo
apenas para efeitos políticos, e que eu muito criticava que era aquele aluguel eterno - é que dá
a possibilidade de que as pessoas possam adquirir o imóvel.
Esse
instituto, no meu modo de ver, mesmo, Ver. Comassetto, ainda com o advento do
Estatuto da Cidade, é uma discussão, mas, ao meu ver, é um instituto que
poderia continuar a existir. Então eu pergunto a Vossa Excelência: como nós
vamos abrir mão da revisão que nós estamos fazendo, com relação ao Plano
Diretor, e vamos começar a minar essa revisão, estudando temas de projetos
isolados, para que, de repente, possa satisfazer esse ou aquele ego? Eu acho
que, realmente, não é o ideal.
V.
Exª é um Parlamentar inteligente, é um homem comprometido com essas reformas,
V. Exª tem que ajudar, para que nós possamos, realmente, vir aqui para revisar
o todo, e não, de repente, fazer a pregação que eu acredito ser um tanto quanto
equivocada, Ver. Comassetto, dizendo: “Tem que ser o meu Projeto de Lei para
revisar isso, e deixa o Plano Diretor para depois”. Acho que esse não pode ser
um discurso de um homem inteligente como V. Exª é.
O
Sr. Carlos Comassetto:
V. Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Luiz Braz, eu sempre
aceito a sua crítica, posso não concordar com ela, até porque, neste momento,
está equivocada. Não é uma questão de ego, é uma questão de quem trabalha, de
quem estuda e propõe para o debate; é isso que eu estou fazendo e sempre fiz. O
segundo tema é que esse instrumento na Revisão do Plano Diretor, da maneira
como ele já chegou a nós, é insuficiente para nós avançarmos no reconhecimento
ou na regularização dessas comunidades que são irregulares. Para que serve o
Estatuto da Cidade? Para que nós venhamos a avançar e resolver esse passivo da
irregularidade da Cidade. Ele, por si só, não vai resolver a não-ocupação de
novas áreas, mas vai resolver um passivo que nós temos.
O
SR. LUIZ BRAZ: Mas
imagine só, V. Exª - e gosto desse debate -, que, enquanto nós não estivermos
atualizados com o Estatuto da Cidade, nada nos impede de usarmos, ainda, os
outros instrumentos que estão no Plano Diretor, para que essas regularizações
possam ser feitas. Quando nós tivermos aí regularizados, com relação ao
Estatuto da Cidade, vamos usar os outros mecanismos que nós teremos a nossa
disposição. Mas nada nos impede de fazermos essa regularização, exatamente, de
acordo com o que está proposto nessa legislação. Nós não estaremos ofendendo
instrumento nenhum, nós não estaremos prejudicando ninguém, e nós estaremos,
com certeza, fazendo um avanço dentro daquilo que todos nós queremos, que é
exatamente ir em busca dessas regularizações fundiárias, que são tão
necessárias para que a nossa sociedade possa viver de uma forma melhor. Então,
sendo assim, eu também sou absolutamente favorável, Verª Neuza, a que esses
Projetos possam continuar sendo encaminhados, para que nós possamos discuti-los
assim, até que possamos, realmente, fazer com que aqueles instrumentos do
Estatuto da Cidade possam ser introduzidos no nosso Plano Diretor de
Desenvolvimento Urbano.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Ver. Luiz Braz.
O
Ver. Sebastião Melo está com a palavra para discutir o PLE nº 010/07.
O
SR. SEBASTIÃO MELO: Srª
Presidenta, Verª Neuza Canabarro; meus colegas Vereadores e Vereadoras, essa
questão, Ver. Braz, Ver. Comassetto e demais Vereadores, tem sido um dos
maiores desafios do Brasil, e, na nossa visão, ele precisa ter uma conjugação
dos esforços dos governos municipais, dos governos estaduais e, especialmente,
da União, que é a chamada Reforma Urbana.
O
Brasil, hoje, é um Brasil urbano, diferentemente do que era o Brasil há 40
anos. E os espaços urbanos estão completamente saturados. Nós estamos falando
aqui de uma Região Leste da Cidade, Verª Neuza, que é a grande Partenon, em que
você tem quase nada de espaços públicos para a juventude, para a melhor idade e
para o cidadão comum, e, muito menos, moradia. Mas eu acho, Verª Sofia, que
está havendo uma confusão, aqui, e eu vou tentar dialogar com V. Exª e os
demais.
O
que é uma desafetação? É fazer com que uma área que seja pública possa ser
passada para os moradores, que são 400 famílias; então, essa é a primeira
questão. Aí o Ver. Comassetto diz: “Bom, se nós formos fazer desafetação, nós
vamos levar seis anos”. Bom, mas nem todas ocupações de Porto Alegre são de
área pública. Não sei se são 10%, se 15%, se 20%. Bom, então esta é a primeira
conclusão que tem de se fazer: há 300, 400, 500 áreas que não são áreas
públicas; portanto, não dependem dessa desafetação.
Bom,
quanto ao Direito Real de Uso que esta Casa conhece, que esta Casa aprovou, a
Lei nº 242, é possibilitar... Vamos lá: Chapéu do Sol. Tiraram as famílias do
Belém Novo, com o Direito Real de Uso; as pessoas moram naquelas casas
construídas pelo DEMHAB, o cidadão paga um valor de 5, 6, até 12 reais, e ele
tem a posse, mas não tem a propriedade. (Aparte anti-regimental.) V. Exª fez
essa mudança depois, mas isso não era originário. Originário era ad aeternum.
Depois é que houve essa mudança.
Na
época, lembro que debati, poderíamos ter feito escalonadamente, mas tudo bem.
Eu,
pessoalmente, acho que o Direito Real de Uso, no molde em que está colocado, é
razoável. Por quê? Porque eu não posso construir uma casa, que é dinheiro de
toda uma população, e transformar num mercado persa depois de dois dias.
E,
mesmo com os regramentos que o DEMHAB tem hoje, nós sabemos das dificuldades
com a venda de chaves.
As
pessoas que entrarem com o Direito Real de Uso, se não houver um censo anual,
sabemos que muitas pessoas mudam, não respeitam o que está no contrato.
Eu
não sei, porque o Processo não nos informa, não consegui ler na sua totalidade,
mas a pergunta que quero fazer eu não sei responder. Bom, estou desafetando,
mas existe, atrás disso, um grupo de trabalho já para a regularização? Existe
isso? Não sei! Este debate, para mim, não está colocado. Talvez, essa
informação exista, e eu não tenha conseguido fazer a leitura.
Então,
estamos fazendo a desafetação, e eu não vejo problema nisso. Até porque, cá
para nós, tudo o que aquela comunidade quer é a consolidação de um sonho.
Vejam,
hoje, eles estão em cima de uma terra pública. Com a desafetação e fazendo a
regularização fundiária, vamos realizar o grande sonho dessas famílias, que é a
posse de propriedade.
Onde
é que está o desencontro? Não pode existir.
O
contrário senso é que seria!
Bom,
não é aquilo que nós queríamos - eu também acho! Acho que o Município de Porto
Alegre precisa agilizar, criar uma câmara especial, um comitê especial, onde
tenha órgãos municipais, estaduais, Ministério Público, e fazer o processo de
regularização fundiária com mais agilidade.
Sabemos
que não é fácil. Os senhores governaram a Cidade por 16 anos, e sabem que isso
não é fácil, porque não é um processo tão simples e com a rapidez que
gostaríamos que tivesse.
Agora,
acho que temos de agilizar, mas volto a dizer, Ver. Comassetto, acho que o
Executivo teve toda a legitimidade para propor a atualização do Plano.
Mas
esta Câmara é quem, ao fim e ao cabo, vai fazer a adaptação, e acho que, aí, a
Câmara não pode enfrentar a revisão do Plano Diretor, ou a atualização do Plano
Diretor, sem ter um capítulo especialíssimo para tratar dessa matéria. E acho
mais: que deveriam buscar todos os processos dessa área, autuarem e
redistribuírem para as Comissões; com certeza, terá uma Comissão ou uma
Subcomissão para essa matéria, para que esse tema possa ser enfrentado.
Então,
portanto, voto favoravelmente, porque acho que está correto, e acho que esta
Casa, com certeza, não fará contrária, porque isso beneficia 400 famílias, e
esta Casa nunca vota contra o povo.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Ver. Sebastião Melo.
A
Verª Sofia Cavedon está com a palavra para discutir o PLE nº 010/07.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Srª
Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Sras Vereadoras e Srs. Vereadores,
quero, aqui, fazer uma correção: de fato, é a Vila Boa Vista. Conversei com o
Nelson, que é o Conselheiro da Região, com a preocupação de que, Ver. Melo, não
tenho dúvida nenhuma, eu sou a favor, inclusive, do Direito Real de Uso, quando
há um movimento de construir moradias públicas de maneira educativa, para
possibilitar um tempo para criação de vínculo, para construção de projetos de
vida das famílias que são transferidas de um espaço para outro.
Veja
a situação do Chapéu do Sol, a situação de inúmeras comunidades que saíram de
uma situação gravíssima de moradia e econômica, de estruturação, e que
precisaram, sim, de um investimento em assistência social, de geração de renda,
de apoio, para se adaptarem num novo espaço, e, mesmo assim, mesmo com o
Direito Real de Uso, mesmo sem a posse definitiva, nós temos, na realidade,
muita venda de chave, muita saída, troca de casa.
Então,
essa situação é um processo educativo, e, segundo o Comassetto, estudioso da
área, nós já temos instrumentos melhores, mas, nesse caso, eu, de novo, venho
aqui frisar que não se trata desta medida ou de uma medida provisória: a luta
dessa comunidade e a implicação do que vamos fazer agora é para 10 mil pessoas
que vão ter o seu sonho. E aí também me informava que ainda não há um projeto
de regularização fundiária por parte do Governo Municipal, que ainda não o
desenvolveu. A partir desta desafetação é que vai acontecer um projeto
urbanístico, com, talvez, a necessidade de remover algumas casas para abrir
vias. Então, este processo ainda não existe, não tem nem previsão de que o
DEMHAB vá construir casas lá. A minha preocupação é, e vou fazer um aparte à
fala do Ver. Comassetto, de que a expectativa das pessoas é a posse definitiva
das áreas e das suas moradias, porque ali é uma comunidade já consolidada, uma
comunidade que luta há muitos anos, e não seria justo, agora, com a regularização,
que passarão a pagar pela sua casa, mesmo que um valor simbólico no Direito
Real de Uso, mas, principalmente, não ter a posse definitiva. Eles já estão ali
consolidados, com escola, com associação comunitária, com muito trabalho
comunitário. Esta medida, para mim que não sou entendedora da área, eu não
compreendi direito por que para a concessão do Direito Real de Uso. Como
entendo que não seja necessariamente obrigatório, nós estamos autorizando o
Poder Executivo, queria aqui que os melhores entendedores me esclarecessem se,
necessariamente, ao regularizar por este termo que está aqui na desafetação,
todos os moradores lá não terão mais a perspectiva da posse definitiva da área.
Esta é a minha preocupação. E eles buscam isso, acho que é uma luta justa e já
tem um direito não-legal, mas factual pelo tempo de moradia.
O
Sr. Luiz Braz: V. Exª
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) Verª Sofia, a última modificação
que nós fizemos com relação ao Direito Real de Uso equipara-nos, inclusive, a este
instrumento, que é do Estatuto da Terra, que dá possibilidade para que, depois
de dez anos, haja aquisição. Acho que este é um prazo razoável, porque a
preocupação, quando se instaurou o Direito Real de Uso, foi exatamente da
não-comercialização imediata do imóvel. Então, acho que esta sua preocupação
está contemplada.
A
SRA. SOFIA CAVEDON: Eles
já estão lá há mais de dez anos, eles já estão em condições, então. Acho que me
lembra bem o Ver. Braz de que houve essa adequação e, talvez, se aplique retroativamente
a essa comunidade já estabelecida.
E
eu quero finalizar, concordando com o Ver. Sebastião Melo, com as falas de
nossos colegas de Bancada: nós achamos que esta discussão do Plano Diretor não
pode se resumir ao debate das alturas e dos recuos, mas também em uma questão
central, que é de inclusão e de qualificação na vida desta Cidade, que é a
regularização fundiária, sim, das moradias irregulares, das vilas irregulares.
Uma expectativa, uma luta dos moradores da Cidade, que é um tema que nós temos
que nos dedicar com muito carinho. Eu acho que este é um passo. As medidas
pontuais que temos votado aqui, as AEIS, essas desafetações, são passos
importantíssimos e são o resultado de muita luta. Então, votaremos
favoravelmente.
(Não revisado pela oradora.)
A SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada, Verª
Sofia Cavedon.
O Ver. João Antonio Dib está com a palavra para
discutir o PLE n º 010/07.
O SR. JOÃO ANTONIO DIB: Srª
Presidenta, Verª Neuza Canabarro; Senhoras Vereadoras, Senhores Vereadores, ninguém
nesta Cidade dirá que, em idênticas situações, me posicionei de forma
diferente; nunca. Sou um homem que procura, por todos os meios, ser coerente.
No dia 1º de janeiro de 2005, mais uma vez, jurei defender a Lei Orgânica e as
Leis do Município. No passado, quando o Prefeito Tarso Fernando encaminhou
expediente semelhante para fazer desafetação da Praça Cosme Galvão,
posicionei-me contrariamente e perdi por 26 votos a um; fiquei sozinho, mas
tive uma satisfação extraordinária: consegui impedir, por vários dias, a
votação. Havia uma torcida muito grande dos moradores daquela área. Quando
terminou, o comandante da torcida para que houvesse sucesso me chamou e me
cumprimentou, dizendo: “O senhor tinha razão, mas queria que o senhor
perdesse”; e eu perdi por 26 a um.
Hoje
nós estamos nas mesmas condições, vamos desafetar uma praça que leva o nome do
meu honrado professor Hegídio Hervê. É claro que vou me posicionar
contrariamente. O art. 239 da Lei Orgânica diz que as áreas verdes, praças,
parques, jardins, unidades de conservação e reservas ecológicas municipais são
patrimônio público inalienável. O art. 240 diz que o Município deverá implantar
e manter áreas verdes de preservação permanente, perseguindo proporção nunca
inferior a doze metros quadrados por habitante. Eu reconheço que há problema de
habitação nesta Cidade, mas não reconheço que se possa fazer habitações nas
áreas de uso comum do povo, ou seja, nas praças. Portanto, o meu posicionamento
é contrário, com a mesma tranqüilidade que fiz quando perdia por 26 votos a um.
Também perdi um outro processo semelhante do Prefeito Tarso Fernando, por 26 a
dois; só que, depois, a Justiça disse que eu é que estava certo, mas já havia
sido utilizada a área lá na Vila Jardim. Portanto, hoje, vou-me colocar, mais
uma vez, contrariamente, por uma questão de coerência e porque jurei defender a
Lei Orgânica. Se não tivesse feito isto, eu poderia até concordar que houvesse
a necessidade de fazer habitações para as pessoas que estavam lá. Até não sei
se, na forma da Lei Orgânica, das Disposições Transitórias, no dia 31 de
janeiro de 1989, eles já estavam lá, porque, se não estavam, não vale. Não tem
Direito Real de Uso se não estava lá nesse dia. Eu também não sei, não me foi
informado naquilo que eu tenho. Portanto, é praça e deve ser mantida como está.
Saúde e PAZ!
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigada,
Ver. João Antonio Dib.
O
Ver. Carlos Comassetto está com a palavra para discutir o PLE nº 010/07, por
cedência de tempo do Ver. Marcelo Danéris.
O
SR. CARLOS COMASSETTO: Srª
Verª Neuza Canabarro, na presidência dos trabalhos; colegas Vereadores e
Vereadoras; senhores e senhoras, este debate diz respeito à comunidade da Boa
Vista, na Região Leste da cidade de Porto Alegre, acima da Antônio de Carvalho,
aquele morro todo que lá existe.
O
Sr. João Antonio Dib: V.
Exª permite um aparte? (Assentimento do orador.) Nobre Vereador, V. Exª está me
dando razão: as leis inócuas são as maiores inimigas das boas leis. Quem sabe
nós devêssemos nos debruçar nas boas leis, e não nas tantas leis que nós
fazemos aqui todos os dias, desnecessárias para a Cidade?
O
SR. CARLOS COMASSETTO:
Agradeço a sua atenção, e está na Ordem do Dia a Lei nº 113, de nossa autoria,
que acredito que é uma boa lei para nós adequarmos como legislação ou discutir
com o Plano Diretor que chega aí. Portanto, nós votaremos favorável, Verª Neuza
Canabarro, como já disse o nosso Líder, Ver. Adeli Sell. Mas esta é uma
oportunidade para nós discutirmos os instrumentos urbanísticos nacionais do
Estatuto da Cidade, para assumirmos o compromisso de adequá-lo ao Município de
Porto Alegre. Muito obrigado.
(Não
revisado pelo orador.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Obrigado,
Ver. Carlos Comassetto.
A
Verª Maria Luiza está com a palavra para discutir o PLE nº 010/07.
A
SRA. MARIA LUIZA: Ao
cumprimentar a Presidenta dos trabalhos, Verª Neuza Canabarro, cumprimento
todos os Vereadores e Vereadoras, público presente nas galerias e
telespectadores. Eu venho a esta tribuna para reforçar a importância deste
Projeto de Lei que trata da desafetação para fins de moradia.
Há
muitos anos, na condição de assistente social, venho acompanhando as
reivindicações da comunidade da Boa Vista. E hoje, neste plenário, temos o
compromisso de aprovar este Projeto que vai atender nada menos do que 350
famílias. Eu gostaria de esclarecer ao público e aos Vereadores e Vereadoras
que o DEMHAB já está organizando o processo de licitação para os projetos de
urbanização dessas famílias. E, com essa concessão do Direito Real de Uso, após
10 anos, Verª Sofia Cavedon, as famílias terão a posse definitiva da área.
Então, acho que é importante a gente trazer a questão da aprovação do Projeto.
Com o objetivo de contribuir, trago essas colocações. Muito obrigada.
(Não
revisado pela oradora.)
A
SRA. PRESIDENTA (Neuza Canabarro): Encerrada
a discussão. Em votação o PLE nº 010/07. (Pausa.) Não há quem queira
encaminhar. (Pausa.) Em votação nominal, solicitada pelo Ver. Marcelo Danéris,
o PLE nº 010/07. (Pausa.) (Após a apuração nominal.) APROVADO
por 25 votos SIM; 03 votos NÃO.
Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Mario
Fraga que solicita adiamento de discussão e votação por uma Sessão do PLCE nº
009/06. (Pausa.) Em votação. (Pausa.) Os Srs. Vereadores
que o aprovam permaneçam sentados. (Pausa.) APROVADO.
Visivelmente,
não há quórum. Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a
Sessão às 18h06min.)
* * * * *